Perante uma vasta audiência presente na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, o monge Marcelo Barros convidou os presentes a aprenderem a viver de forma comunitária, e disse que o «sistema capitalista que domina o mundo não tem alma»
Perante uma vasta audiência presente na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, o monge Marcelo Barros convidou os presentes a aprenderem a viver de forma comunitária, e disse que o «sistema capitalista que domina o mundo não tem alma» Na primeira sessão do ciclo de conferências Ecologia e Espiritualidade, promovido pelos Missionários da Consolata, o monge beneditino Marcelo Barros pediu aos participantes para não perderem a alma e para aprenderem a viver em comunidade.

Vivemos numa sociedade que perdeu toda a alma. É o sistema capitalista que domina o mundo que não tem alma. O grande problema não é apenas recuperar a minha alma, mas recuperar a alma do mundo, disse o sacerdote brasileiro, na última terça-feira, 14 de janeiro, acrescentando que os cristãos devem ser a alma crítica e profética para mudar as coisas na sociedade.

Segundo o religioso, quando as pessoas se dispersam e não realizam um diálogo interior correm o risco de se perder. É muito importante que as pessoas não se isolem. a nossa sociedade é muito individualista e cria uma cultura individualista. É fundamental libertarmo-nos disso, sem vivermos em função de nós próprios, mas descobrindo uma alma comunitária, criada na relação com os outros, afirmou.

Perante a vasta audiência presente no anfiteatro IV da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Marcelo Barros defendeu que o que constitui a vida é a relação, motivo pelo qual dependemos uns dos outros. Para o sacerdote, apesar das ações individuais em prol de um mundo melhor serem importantes, estas só fazem sentido quando inseridas numa luta mais global.

além de Marcelo Barros, também Paulo Borges, Joaquim Cerqueira GonçAlves, antónio Fernandes e Carlos João Correia intervieram no encontro. O ciclo de conferências Ecologia e Espiritualidade continua esta quarta-feira, 15, às 17h00, na Faculdade de Psicologia e de Ciências de Educação da Universidade do Porto. Na quinta-feira, 16, a palestra irá realizar-se no Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho, em Braga, a partir das 10h00.