a dificuldade de muitas famílias em transmitirem a fé aos seus descendentes é uma das principais conclusões do questionário preparatório do Sínodo dos Bispos, promovido pelo Papa Francisco, revelou o porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa
a dificuldade de muitas famílias em transmitirem a fé aos seus descendentes é uma das principais conclusões do questionário preparatório do Sínodo dos Bispos, promovido pelo Papa Francisco, revelou o porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa a maioria das dioceses já enviou à Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) os resultados do inquérito sobre a família promovido pelo Santo Padre e uma das principais conclusões que se retira da consulta é que as famílias sentem cada vez mais dificuldades em transmitir a fé. Segundo o porta-voz da CEP, padre Manuel Morujão, nota-se uma tendência crescente para endossar este tipo de educação para a Igreja e para a escola, quando o melhor ambiente para o fazer é no seio da própria família. Nota-se que as famílias hoje têm dificuldade em transmitir a fé e até os valores morais. Muitas vezes endossa-se à escola [o ensino] dos valores morais e dos princípios éticos e pede-se à Igreja que faça a educação religiosa e catequética, quando o ambiente para transmitir toda a espécie de valores – morais, de educação comum, de fé – é o ambiente da família, afirmou o sacerdote, no final de mais um Conselho Permanente, que se realizou esta terça-feira, 14 de janeiro, em Fátima. Manuel Morujão congratulou-se com a grande adesão dos fiéis à consulta pública, disse esperar que os trabalhos estejam concluídos até ao final do mês, para que as conclusões sejam enviadas para Roma, e adiantou que apesar das dificuldades que afetam as famílias, estas mostraram uma boa dose de esperança no futuro. O envolvimento de milhares de pessoas [no inquérito] mostra que a iniciativa do Vaticano foi oportuna, sublinhou o sacerdote. Convidado a comentar o facto do Papa Francisco ter batizado recentemente o filho de uma mãe solteira e outro de um casal casado apenas pelo civil, o porta-voz da CEP disse tratar-se de algo normal, que não devia ser considerado excecional. O batismo não é um privilégio, nem uma condecoração dada a pais exemplares, mas uma graça dada a todos aqueles que desejam ser batizados – se são maiores de idade – ou aos pais que desejam que sejam batizados na Igreja e garantem minimamente a educação segundo a doutrina católica, esclareceu. Para Manuel Morujão, se alguma vez as portas não se abrem em situações similares, não é por estarem segundo a doutrina da Igreja e segundo o proceder do próprio Papa, mas por serem interpretações demasiado restritivas. a Igreja é aberta a todos, certamente que tem regras, mas o bom acolhimento é fundamental em qualquer situação, e como sabemos não podemos ser mais papistas que o Papa, concluiu o sacerdote.