«Ide por todo o mundo, proclamai o Evangelho a todas as criaturas, batizando-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo», diz-nos o Evangelho de domingo
«Ide por todo o mundo, proclamai o Evangelho a todas as criaturas, batizando-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo», diz-nos o Evangelho de domingoEntre os judeus, e também nas nossas terras, a quando dum casamento, aos amigos do esposo eram confiados certos trabalhos de organização na preparação das núpcias. O Evangelho fala-nos nas núpcias de Cristo com a sua Esposa, a Igreja. É uma ideia muito usada no antigo Testamento, quando o povo judeu, especialmente nos tempos em que observava a aliança com Deus, se considerava Esposa de Deus. ao escolher Maria para Mãe de seu Filho Jesus, Deus une-se a Maria em termos esponsais, quando o Filho de Deus se torna Filho de Maria. Deus manda o seu Filho ao mundo e dá-lhe a humanidade como Esposa. Jesus sente um amor sem fim por esta mesma humanidade, e aceita-a como sua Esposa querida. a humanidade que aceita o amor de Jesus vai chamar-se Igreja, quer dizer, Comunidade de amor com Deus na pessoa de Cristo. a cerimónia destes esponsais começa já no momento da anunciação, quando Deus, em seu Filho, se une totalmente à humanidade no seio de Maria. No Batismo de Jesus, cuja festa celebramos hoje, o Pai apresenta o seu Filho à noiva, a humanidade, quando diz: Este é o meu Filho muito amado em quem pus todo o meu enlevo: Escutai-o! Nas núpcias de Caná da Galileia Cristo começa a mostrar abertamente o seu amor de Esposo à sua Esposa, fazendo um milagre que produz a alegria das núpcias – pois o vinho era o símbolo da alegria. algo mais acontece em Caná: Maria, a Cheia de Graça para Deus, já em Caná se comporta como mãe da Esposa de seu Filho, a Igreja, obtendo dele o milagre que gera a alegria. Os momentos mais intensos destes Esponsais de Cristo com a Igreja são: a Última Ceia em que Cristo entrega o seu corpo à sua Esposa; e na cruz, em que Cristo entrega à Igreja a sua vida, derramando por ela todo o seu sangue. Na ressurreição, Jesus recebe a sua nova vida, gloriosa, para a partilhar com todos aqueles e aquelas que aceitam tornar-se sua esposa, especialmente nos sacramentos da Batismo e da Eucaristia. Finalmente, Jesus volta para o Pai no Céu, onde prepara até ao fim dos tempos, o Tálamo, ou morada do Esposo e da Esposa, com o Pai e o Espírito Santo. No Evangelho, João Batista declara-se amigo do Esposo, Jesus. João falou também na alegria que deve ter cada membro da Esposa de Cristo, a Igreja, quando disse: O amigo do esposo, que o acompanha e o escuta, sente uma alegria imensa em ser seu amigo. E estas palavras referem-se a cada membro da Igreja. Finalmente, Esposa de Cristo é a Igreja toda, que é comunidade de amor-a-Cristo-de-Cristo; mas cada membro da Igreja é esposa de Cristo. Todos por cada um, e cada um por todos, em Cristo e para Deus. Eternidade plena de alegria.