Os sacerdotes católicos de Cabinda decidiram informar as autoridades eclesiásticas da suspensão das “celebrações eucarísticas paroquiais”.
Os sacerdotes católicos de Cabinda decidiram informar as autoridades eclesiásticas da suspensão das “celebrações eucarísticas paroquiais”. Segundonoticiou o site Ibinda.com, os sacerdotes suspenderam as celebrações eucarísticas paroquiais , até que sejam asseguradas várias condições. Em carta dirigida ao cardeal Crescenzio Sepe, prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, datada de 10 de agosto, o clero da diocese africana de Cabinda declara que o poder político vai colocando a sua vida em constante perigo e que, na prática, lhe nega até a cidadania, impedindo os seus elementos de viajarem para fora das fronteiras.
Esta nossa situação de perseguidos não encontra por parte da Igreja angolana a mínima palavra de consolo, de protecção e de solidariedade , queixam-se os padres de Cabinda, segundo os quais o bispo de Saurimo, Eugénio dal Corso, foi designado administrador apostólico da conturbada diocese com o objectivo de ajudar a calar todas as vozes passíveis de serem incómodas .
Segundo eles, as homilias são gravadas e, uma vez deturpadas, são enviadas a Saurimo, donde, por Internet, nos chega a punição. a isto se acresce a presença de desconhecidos armados, à paisana, nas assembleias litúrgicas, tendo ainda estes o desplante de irem à mesa da comunhão .
Os padres de Cabinda dizem que só voltam a celebrar missa quando acabar a intromissão do poder político em assuntos meramente eclesiais e o administrador apostólico mudar de atitude. Também querem que não haja polícias armados, à civil, no interior das assembleias litúrgicas , que sejam desmantelados os grupos de informação que gravam, deturpam as pregações e geram um clima de mal-estar e se levante a suspensão do padre Jorge Casimiro Congo, pároco da Imaculada Conceição e conhecido autonomista.
O núncio apostólico em Luanda, ângelo Becciu, tem deparado com dificuldades em conseguir que os católicos de Cabinda aceitem como seu novo bispo Filomeno Vieira Dias, que era desde o ano passado auxiliar de Luanda e que há mais de cinco meses foi designado para o actual cargo, do qual ainda não tomou posse.
a atitude de muitos dos padres locais é considerada pelas autoridades angolanas de complacência ou até mesmo de simpatia em relação à Frente de Libertação do Enclave de Cabinda (FLEC).