Há tanta gente que deixou de viver a vida! Ou antes, que deixou de apreciar o que a vida tem de bom. São pessoas que já não acreditam na possibilidade de ser feliz. Isso é contra a essência da própria vida que o Criador nos concedeu
Há tanta gente que deixou de viver a vida! Ou antes, que deixou de apreciar o que a vida tem de bom. São pessoas que já não acreditam na possibilidade de ser feliz. Isso é contra a essência da própria vida que o Criador nos concedeu

Instalou-se na sociedade atual a ideia e o pragmatismo do negativo. Ou seja, de ver a vida a preto e branco, quando ela tem as corestodas do arco-íris, mais ainda aquelas que lhe queiramos adicionar.

Se é verdade que nos foi concedida uma vida – e que dela podemos fazer o que quisermos e nos seja permitido -também não é menos verdade que Deus desejou, e deseja, que sejamos felizes durante a sua vivência, seja curta ou longa.

O ser humano sente com mais facilidade o apelo ao negativo, quando afinal a maior parte das coisas e dos acontecimentos tem sempre duas caras como as moedas. Há necessidade de ter o discernimento suficiente para procurar aquilo que é positivo e podemos fazê-lo de tantas formas que, por vezes, nem imaginávamos.

Há a tendência para apenas nos considerarmos felizes quando possuímos aquilo que havíamos sonhado ou que temos como objetivo – normalmente bens materiais como: dinheiro, conforto, saúde -esquecendo as coisas realmente boas e simples que podem dar o verdadeiro prazer de viver. E são muitas, podem crer!

Com o dinheiro conseguimos comprar boa parte da felicidade material, mas o mesmo já serve de pouco para obter outras que porventura desejaríamos. Por exemplo: o dinheiro não paga uma doença incurável, apenas poderá atenuar os seus efeitos. Já é algo de concreto que nos deveria fazer refletir.

Como consequência da crise económica em que estamos atolados e que começou primeiro por ser uma crise de valores morais, quer queiramos ou não a maior parte das pessoas lamentam-se pelas desditas que as atingem. Esquecem-se que contribuíram para ela, uma boa parte pela ganância egoísta do ter.

Não quer dizer que todos sejam culpados disso. Porventura muitos serão vítimas das condições criadas pelos poderosos, mas são débeis na procura de soluções quando seriam os primeiros a ser beneficiados.

Claro que a luta pela vida no dia a dia é feita muitas vezes de sofrimento, até pela incapacidade que sentimos em não a podermos mudar. Mas temos que procurar nas pequenas coisas a forma de lhe dar sentido. ao nosso lado, perto ou longe, está sempre alguém que precisa ainda mais que nós, é evidente que isso não nos resolve nada, mas serve para que nos interpelemos.

Hoje defrontamo-nos com a falta de emprego as suas consequências atrozes que atiram famílias, e muitas pessoas, para o patamar da miséria. Tanta gente que não dispõe dos meios adequados senteameaçada a sua sobrevivência. Perante esta situação, novos e menos novos têm de reinventar outras formas de viver. Sobretudotêm de pôr em prática a palavra solidariedade, que nunca foi tão necessária como agora.

Para os que acreditam que o dom da vida não é apenas o sentido material, mas também espiritual, o caminho mais curto para a viver com alegria está no dar-se aos outros. Parece um pouco estranho, não? Mas é essa a via mais concreta para nos fazer felizes. Este dar-se aos outros é algo de reconfortante, seja pelo trabalho voluntário, pela palavra amiga, pela compreensão do outro ou através de um sorriso, em suma: pela oferta de algo de nós mesmos.

Quando fazemos essas pequenas coisas, estamos a ser solidários. a recompensa que recebemos não é comparada ao que ofertamos, pois só a paz que invade o nosso coração, e transborda para os que nos rodeiam, é algo impossível de comprar. Tenhamos a coragem de seguir o verdadeiro caminho para a felicidade: o amor.