Da amazónia muito se tem dito. Sobre o seu inestimável património ambiental, verdadeiro pulmão da humanidade, e sobre as políticas de invasão, devastação e exploração de territórios Índios
Da amazónia muito se tem dito. Sobre o seu inestimável património ambiental, verdadeiro pulmão da humanidade, e sobre as políticas de invasão, devastação e exploração de territórios ÍndiosO desmatamento contínuo e crescente das florestas amazónicas assusta pelos prejuízos incomensuráveis e pela ameaça ao equilíbrio ecológico do planeta. Hoje são os grandes projetos das hidroelétricas que assustam. Tira-se proveito do grande potencial energético, mas não se olha aos prejuízos causados nessa imensa biodiversidade pela destruição da vida e da história de muitos povos tradicionais. a Igreja esteve presente desde o início na história da amazónia. aliás, foi muitas vezes a única presença no meio desses povos. Nem sempre terá tomado as melhores decisões, mas foi uma luz para o desenvolvimento sociocultural e humano da região. Nos últimos anos, sobretudo, a Igreja foi voz vigorosa na defesa dos direitos inalienáveis dos povos originários, por vezes à custa do sangue dos missionários. No contexto dos 400 anos de evangelização dessa região, realizou-se nos últimos dias de outubro, em Manaus, Brasil, o 1º Encontro da Igreja Católica na amazónia Legal: uma espécie de estados gerais da Igreja que cumpre a sua missão numa área que inclui sete estados brasileiros e representa 60 por cento do território nacional. Foi um encontro amplo, profundo e histórico, segundo o cardeal Cláudio Hummes, em resposta ao apelo do Papa Francisco, lançado no encontro com o episcopado, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude. Foi aí que o Papa salientou a importância dessa enorme periferia, agradeceu tudo o que até hoje se fez na amazónia, e apresentou-a como teste decisivo e banco de prova para a Igreja e a sociedade brasileiras: a Igreja está na amazónia, não como aqueles que têm as malas na mão para partir depois de terem explorado tudo o que puderam. Desde o início que a Igreja está presente na amazónia com missionários, congregações religiosas, sacerdotes, leigos e bispos, e lá continua. E convidou os bispos a refletirem sobre o respeito e salvaguarda de toda a criação que Deus confiou ao homem, e sobre o modo de incentivar a obra da Igreja: Servem formadores qualificados, especialmente professores de teologia, para consolidar os resultados alcançados no campo da formação de um clero autóctone, inclusive para se ter sacerdotes adaptados às condições locais e consolidar o rosto amazónico’ da Igreja. Os bispos comprometeram-se a zelar para que essa enorme porção da Igreja viva e cresça com características próprias, enraizadas na sabedoria tradicional e na religiosidade popular que durante séculos alimentou e continua a manter viva a espiritualidade dos povos da floresta e das águas, e agora, do mundo urbano, para que a amazónia seja uma Igreja mais autóctone, despojada, simples e missionária.