Se na nossa vida prática compreendêssemos que Cristo é o único caminho que conduz à verdade e à vida
Se na nossa vida prática compreendêssemos que Cristo é o único caminho que conduz à verdade e à vida a 1a Leitura é tirada do profeta Malaquias, que escreveu à roda do ano 445-450 aC. Nessa altura, já o povo judeu tinha voltado do amílcar da Babilónia. Tempos de euforia, de grandes promessas de bem-estar, de paz, de sossego. Mas as coisas começaram a não correr como desejavam, os problemas apareciam, iam-se multiplicando.
Malaquias acusa os sacerdotes e o povo de terem violado a aliança que tinham feito com Deus: e afirma:Esta é a verdadeira causa de todos problemas, da vossa infelicidade. E ajunta: Mas para vós que temeis o nome de Deus, nascerá o sol da justiça, trazendo a salvação nos seus raios (3,20).
É esta uma descrição realista dos ciclos da história dos povos, e porventura também da história da vida de cada um de nós. Na história dos povos: Viveu-se sob ditaduras assassinas, veio a reviravolta, tempos de euforia e de grande esperança para o futuro. Perdeu-se mesmo o controlo às vezes, abusou-se do bem que se possuía, e, catrapuz, para o báratro das crises.
O mesmo se deu com tantos indivíduos e famílias:Quantos de nós, ao iniciarmos uma etapa definitiva da nossa vida, como o casamento, a entrada na vida sacerdotal ou religiosa, a conquista dum diploma sólido, dum emprego prometedor quantos de nós, nestas circunstâncias, pensávamos que a vida ia ser um oásis de paz e realização. E depois e depois, começou por vezes o desmoramento dos sonhos e, parecia-nos, mesmo sem culpa própria.
É interessante ver como Malaquias, e, digamos, a suma de toda a Bíblia, da Palavra de Deus, coloca a base do sucesso e da felicidade no seguimento da Lei do Senhor, e especialmente na aceitação do Messias e da sua palavra na nossa vida. Talvez tenhamos por vezes a tentação de fazer dos sucessos puramente humanos a nossa felicidade – sem um relacionamento com Deus, com o Senhor Jesus, que é o tal Sol da justiça que nos seus raios nos traz a salvação (3,20). O sol era considerado como dador de calor e de vida, da luz e da lei, e identifica-se com o próprio Deus – de quem nos vem a salvação, isto é a libertação da aflição e da falta de sentido da vida.
No evangelho, a afirmação de Jesus da destruição total do Templo de Jerusalém enche de espanto os seus discípulos: De tudo isto, não ficará pedra sobre pedra, diz-lhes ele. Se somente nós percebêssemos que tudo o que é puramente humano precisa duma injeção contínua de religiosidade! Se na nossa vida prática compreendêssemos que Cristo é o único caminho que conduz à verdade e à vida!Então ser-nos-ia fácil fazer da nossa vida um cântico de louvor ao Senhor que quer vir governar-nos com justiça, como nos diz o salmo responsorial da missa de hoje. Porque, diz-nos ele: De paz, e não de desgraça, são os meus desígnios para convosco (Cântico de Entrada).