Os milhares de crianças que perderam a família na tempestade que assolou o país estão à mercê dos traficantes de pessoas. Governo já alertou os agentes humanitários no terreno
Os milhares de crianças que perderam a família na tempestade que assolou o país estão à mercê dos traficantes de pessoas. Governo já alertou os agentes humanitários no terrenoJá há quem lhes chame os órfãos de Haiyan, o nome do tufão que atingiu as Filipinas. São milhares as crianças que ficaram sozinhas depois da tempestade, sobretudo na província de Leyte, e que agora se encontram em situação de vulnerabilidade, ao vaguearem pelos escombros, à procura de alguém que cuide delas. Essas crianças são as vítimas privilegiadas de pessoas que as sequestram com objetivo de pedofilia ou tráfico humano. É uma perspetiva horrível, mas é a realidade em caso de calamidade natural. Estes menores precisam de atenção imediata para serem salvas das garras de traficantes e pedófilos, denunciou à agência Fides o sacerdote irlandês Shay Cullen, missionário de São Colombano, conhecido pelo seu compromisso social e pastoral em favor das vítimas de exploração sexual.com o pretexto de salvar ou curar crianças, os traficantes sequestram e vendem-nas aos pedófilos ou ganham somas imensas de dinheiro fornecendo as crianças para adoções ilegais. Pior ainda, colocam-nas na prostituição, tornando-as escravas da exploração sexual, alertou o missionário. Consciente do risco, o Departamento de Bem-estar social e Desenvolvimento (DSWD) do governo filipino enviou uma comunicação urgente a todos os agentes humanitários em Leyte, alertando-os para o perigo do tráfico de crianças nas áreas devastadas pelo tufão. O tráfico de seres humanos e a prostituição infantil são uma chaga social nas Filipinas. O tráfico é controlado por organizações criminosas espalhadas por todo o território nacional. Segundo dados da UNICEF, estima-se que existam no país entre 60 mil a 100 mil crianças apanhadas nas malhas do tráfico com objetivo de exploração sexual. Às vítimas, escolhidas em aldeias pobres ou áreas periféricas das metrópoles, é prometido um caminho de instrução ou a vida em uma família rica de uma grande cidade. a prostituição infantil regista uma incidência notável, sobretudo nas áreas turísticas das Filipinas. Entre as principais causas do fenómeno, indicadas pela UNICEF, estão a pobreza, as dificuldades económicas nas comunidades de origem e a falta de acesso da infância a serviços públicos, como a escola e saúde.