Patriarca de Lisboa considera que a grave crise no mercado do emprego é um desafio civilizacional e que a Igreja deve ter uma palavra a dizer sobre esta questão, para «iluminar evangelicamente» os decisores políticos, as organizações e os investigadores
Patriarca de Lisboa considera que a grave crise no mercado do emprego é um desafio civilizacional e que a Igreja deve ter uma palavra a dizer sobre esta questão, para «iluminar evangelicamente» os decisores políticos, as organizações e os investigadores a Igreja Católica tem de estar atenta aos tempos difíceis que afetam o mercado de trabalho, em particular às diferenças entre quem ganha e gasta cada vez mais e quem vive na penúria, e manifestar a sua opinião para iluminar os governantes, organizações profissionais e laborais e investigadores e económicos, afirmou o patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, esta segunda-feira, 11 de novembro, em Fátima. a Igreja não pode esquecer a grave problemática que envolve o trabalho e a sua necessidade para o sustento e a realização da humanidade. Vivemos e sofremos tempos difíceis a este respeito. Enquanto responsáveis eclesiais, cabe-nos uma palavra, mesmo que sucinta, para iluminar evangelicamente esta nova questão social’, que tão arduamente nos desafia a todos, afirmou o prelado no discurso de abertura da 183a assembleia Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP). Para Manuel Clemente, este é um autêntico desafio civilizacional, com impacto na sociedade que urge construir, com menos desigualdades, com outra organização do trabalho face às profundas mudanças tecnológicas, que tantas vezes o reduzem ou dispensam, face às exigências irrecusáveis de populações inteiras, que na Europa, pretendem basicamente trabalhar e viver, senão mesmo sobreviver. No lançamento de mais uma assembleia episcopal, o presidente da CEP referiu-se ainda a outro documento que vai estar em análise, uma carta pastoral intitulada Visão cristã da sexualidade – a propósito da ideologia do género, recordando que o cristianismo vê na complementaridade homem-mulher a base imprescindível do que a humanidade há de ser. Na Igreja Católica, nada impomos, mas propomos, sublinhou Manuel Clemente, esperançado em que a verdade, enquanto adequação racional à realidade, faça o seu curso nas consciências e nas atitudes, quer nos costumes quer na própria legislação. O encontro decorre até quinta-feira, dia 14 de outubro.