Está a decorrer em Manaus, Brasil, o 1. º Encontro da Igreja Católica da amazónia Legal, patrocinado pela CNBB e com a presença de cerca 60 bispos e coordenadores de pastoral, religiosos e leigos, e convidados de nove Estados

Está a decorrer em Manaus, Brasil, o 1. º Encontro da Igreja Católica da amazónia Legal, patrocinado pela CNBB e com a presença de cerca 60 bispos e coordenadores de pastoral, religiosos e leigos, e convidados de nove Estados

Este 1. º Encontro da Igreja Católica mais ligada à amazónia teve início no dia 29 de outubro e prossegue durante os próximos dias com conferências, comunicações e muitas propostas para a defesa e proteção desse enorme pulmão da humanidade com o objetivo salvaguardar este património criado por Deus com a sua pluralidade de culturas. No primeiro dia do Encontro, as palestras verteram sobre temas do mundo urbano e os grandes projetos do Governo Federal para a amazónia. a Professora Brenda Carranza, professora da Pontifícia Universidade Católica de Campinas, defendeu que a experiência religiosa deve ser mais criativa nas comunidades, a fim de aglutinar e formar o tecido social. É preciso abrir espaços plurais de participação, afirmou. Pedro Contijo, Secretário Executivo da Comissão Justiça e Paz da CNBB, afirmou que o governo desrespeita a sociedade amazónica. Basta pensar que de 2008 a 2012, 17 dos 20 projetos pensados para a região sofreram algum tipo de interdição ou processo. a palestra da irmã Henriqueta Cavalcante, coordenadora da Comissão Justiça e Paz (CJP) do Regional Norte 2 da CNBB (Pará e amapá), silenciou o público quando falou da sua experiência junto dos porões da sociedade. apresentou os números do tráfico de pessoas na amazónia: um novo e velho drama que assola a região. Crianças e adolescentes vendidos como trabalhadores domésticos, mulas para o tráfico de drogas, usados na mendicidade e até explorados em clubes de futebol menores que depois os vendem a outros maiores. Em relação às mulheres, a prostituição é a chaga mais comum. Há meninas e jovens que são aliciadas e vendidas para boîtes além-fronteiras, do Suriname à Guiana Francesa. as que ficam no Brasil vendem os seus corpos nas balsas, frequentemente ficando grávidas ou contraindo doenças sexualmente transmissíveis, quando não desaparecem completamente. Jacir José de Souza, líder dos índios Makuxi da Terra Indígena Raposa Serra do Sol e vencedor do Prémio ambiental Chico Mendes em 2009 apresentou uma palestra cujo tema foi a superação e a substituição de modelos predatórios e danosos para o meio ambiente por outros racionais e sustentáveis, para minimizar os impactos sobre a amazónia.