a salina de Batanhe foi a primeira a produzir flor de sal em Moçambique. Hoje, é um projeto social sustentável que, alimenta as necessidades da missão de Mambone e contribui para as obras sociais dos missionários da Consolata em Moçambique
a salina de Batanhe foi a primeira a produzir flor de sal em Moçambique. Hoje, é um projeto social sustentável que, alimenta as necessidades da missão de Mambone e contribui para as obras sociais dos missionários da Consolata em MoçambiqueVirada ao Índico, a Salina de Batanhe, situa-se no extremo norte da província de Inhambane. a sua origem remonta há cerca de 50 anos quando o missionário da Consolata, padre amadeu Marchiol chegou à Missão de Nova Mambone e encontrou uma pequena localidade, na foz do Rio Save, pobre, com poucos recursos e carente das estruturas fundamentais. Era necessário encontrar uma atividade económica rentável que permitisse construir obras sociais e pastorais e que melhorasse as condições económicas da população local. Observador e engenhoso, descobriu numa planície de terra argilosa a ideia de abrir uma salina que ajudasse a missão e o povo daquele recanto da província de Inhambane. Iniciaram-se então os trabalhos de construção, numa pequena área. através de um longo canal natural, ao ritmo das marés, a água do mar chegava em 1966 pela primeira vez à planície de Batanhe, depositando nela partículas de cristal de sal que logo se verificou serem de excelente qualidade. No início dos anos 70, a produção aumentou. Os lucros foram investidos em obras de promoção humana, desenvolvidos a partir da missão, com o pulmão financeiro da salina a garantir a sustentabilidade. as nacionalizações da pós-independência não atingiram a salina dos missionários. Mas em 1981, a insegurança e a violência da guerra, obrigaram os missionários a deixar a missão de Mambone. as estradas, intransitáveis, impediam o escoamento do sal. a salina sofreu, mas não morreu.com o advento da paz, a partir de 1992, a salina retomou a sua atividade com pujança, produzindo e exportando sal. Era claramente uma aposta ganha e as populações retiravam dela o sal, o sustento e o desenvolvimento das suas famílias. Momento dramáticoMas outro desafio esperava os missionários. No ano 2000, no mês de fevereiro, um violento ciclone e as inundações subsequentes, fustigaram com violência a região de Mambone. Uma onda gigante arrasou tudo e destruiu a salina. Dos 14 armazéns, que estavam cheios de sal (cerca de 2. 800 toneladas), não ficou um só grão. Foi um momento dramático. O fim da salina de Batanhe parecia inevitável. Mas a vontade indomável do padre amadeu Marchiol, então já com 73 anos, prevaleceu e recomeçou tudo, a partir do nada. Em dez anos, retomou-se a produção e aumentou-se a salina. a paz e a estabilidade permitiram melhorar as condições de extração, da limpeza e do embalamento do sal. Melhoram-se as condições de trabalho dos trabalhadores. Modernizou-se a salina, que se transformou numa empresa social rentável. Emprega mais de 40 trabalhadores permanentes e 60 ocasionais, dá assistência média e aulas de alfabetização aos seus trabalhadores. Em 2013, foram abertas novas áreas de negócio e extraída pela primeira vez a flor de sal, produto que resulta dos primeiros cristais de sal que se formam e permanecem à superfície das salinas. Fonte natural de ferro, zinco, magnésio, iodo, flúor, sódio, cálcio, potássio e cobre, a flor de sal é um produto artesanal raro devido à sua produção limitada aos meses mais quentes. a salina de Batanhe foi a primeira a produzir flor de sal em Moçambique. Hoje, é um projeto social sustentável que, alimenta as necessidades da missão de Mambone e contribui para as obras sociais dos missionários da Consolata de norte a sul de Moçambique. Um sal que nasceu da tenacidade e da entrega dos missionários. Um sal do Índico. Solidário. Feito em Moçambique, para o desenvolvimento de todos.