«Sejam positivos, cultivem a vida espiritual e, ao mesmo tempo, sejam capazes de encontrar as pessoas, especialmente as desprezadas e desfavorecidas. Não tenham medo de sair e caminhar contracorrente»
«Sejam positivos, cultivem a vida espiritual e, ao mesmo tempo, sejam capazes de encontrar as pessoas, especialmente as desprezadas e desfavorecidas. Não tenham medo de sair e caminhar contracorrente»Sejam contemplativos e missionários, disse o Papa Francisco num encontro com seminaristas e noviços, em Roma. aos jovens reunidos em Copacabana repetiu a mesma ideia:O Evangelho é para todos, e não apenas para alguns. Não é apenas para aqueles que parecem mais próximos de nós, mais abertos, mais acolhedores. É para todas as pessoas. Não tenham medo de ir e levar Cristo a todos os ambientes, até às periferias existenciais, incluindo a quem parece mais distante, mais indiferente. Neste mês dedicado à vocação missionária da Igreja, esta referência parece-nos oportuna. Há dois perigos de que o Santo Padre quer desviar a Igreja: o eficientismo e o fechamento. Levariam a Igreja a isolar-se do mundo e a adoecer. E por isso, ao mesmo tempo que insiste que a Igreja não é uma ONG, repete vezes sem conta que a Igreja deve sair de si mesma rumo às periferias existenciais. Claro, quando se sai, pode acontecer um acidente, mas prefiro mil vezes uma Igreja acidentada a uma Igreja doente pelo fechamento. Vão para fora! Saiam!. Eu não quero uma Igreja tranquila, quero uma Igreja missionária. Este convite a sair do próprio mundo e dos pequenos problemas que atrofiam, para viver a cultura do encontro com o outro, com Jesus e com todos os irmãos, a partir dos mais pobres é uma marca do seu pontificado. É um convite a defender-se de toda a acomodação, imobilidade ou clericalismo. a Igreja não pode alhear-se dos problemas, das angústias e inquietações do mundo, já o Concílio o alertava. Porque este fechamento tornaria as comunidades estéreis, é fundamental sair de nós próprios sair das nossas comunidades para ir lá onde vivem, trabalham e sofrem os homens e as mulheres, e anunciar-lhes a misericórdia do Pai que se deu a conhecer em Jesus de Nazaré. aos pastores recomenda que sejam pastores com o cheiro das ovelhas, e a todos os leigos pede que sejam por toda a parte portadores da Palavra da vida nos nossos bairros, nos lugares de trabalho e em toda a parte onde as pessoas se encontram e relacionam. Tendes de sair, ir para fora. Não podemos ficar encerrados nas paróquias, nas nossas comunidades, quando há tanta gente à espera do Evangelho. Francisco entendeu que só este sair para fora, esta proximidade, interesse humano e ternura podem tocar os corações de crentes e não crentes e acudir à humanidade do nosso tempo, ferida por tantas experiências difíceis, por tantas frustrações e injustiças, por tanta pobreza e marginalização, transmitindo-lhe a linguagem positiva do amor de Deus, da esperança e libertação.