Uma importante descoberta, junto ao Mar Vermelho, no Egipto, poderá ajudar a compreender as diferentes formas de vida do monaquismo do antigo Oriente.
Uma importante descoberta, junto ao Mar Vermelho, no Egipto, poderá ajudar a compreender as diferentes formas de vida do monaquismo do antigo Oriente. Durante os trabalhos de restauração do mosteiro de Santo antónio abade, a mais de 100 quilómetros a sudoeste do Cairo, foram descobertos os restos de um mosteiro que, çprobavelmente, remonta ao século IV.
Um monge que se dedica ao restauro dos monumentos coptos, padre Maximus, explica que, embora haja textos antigos que se referem a este mosteiro desconhecido, só agora foi possível o achado.
Em base a uma biografia escrita por atanásio, no século IV, e a notícias relatadas nos textos antigos dos apophthegmata (ditos dos Padres do deserto), antónio abade, também conhecido por antónio o grande ou como pai dos monges, nasceu em 251 em Coma, perto Heracleopolis Magna, no oásis de Fayum. Por volta do ano 285 tornou-se eremita e retirou-se para Pispir, hoje Der el Memum, numa velha fortaleza abandonada no deserto.
Por volta de 305 foi convidado a assumir a direcção de um grupo de ascetas. Passados cinco ou seis anos, a organizar a comunidade, antónio regressou ao isolamento do deserto, numa forma de vida menos rígida do que no passado, não muito longe do Mar Vermelho.
Nesse lugar ainda hoje se ergue o mosteiro conhecido com o nome de Der Mar antonius, sob o qual foi agora descoberto o antigo complexo monástico. O achado poderá fornecer pistas importantes para a compreensão das primeiras formas de vida do monaquismo oriental.