«Em Portugal tem grande devoção no norte alentejano, região de Portalegre, intimamente ligado à religiosidade popular pelas dores de Cristo – Senhor da Paciência, do Bonfim, da Piedade e dos Passos»
«Em Portugal tem grande devoção no norte alentejano, região de Portalegre, intimamente ligado à religiosidade popular pelas dores de Cristo – Senhor da Paciência, do Bonfim, da Piedade e dos Passos» a paciência é muitas vezes invocada no nosso quotidiano pelas mais diversas razões. Há quem consiga obtê-la através de uma reflexão, uma meditação, um desabafo com uma pessoa amiga, um conhecimento de uma situação similar ou através de uma atividade de lazer que a permita desligar do assunto e recuperar a paciência perdida. algumas pessoas podem optar por visitar uma exposição ou um museu. Essa opção pode ser ainda mais eficaz quando encontramos, por exemplo, num museu de arte sacra, uma figura designada Senhor da Paciência. É o que acontece quando visitamos em Fátima o Museu de arte Sacra e Etnologia dos Missionários da Consolata. Na sua segunda sala de exposição permanente, dedicada à Paixão de Jesus Cristo, com uma impressionante coleção de Cristos do século XIV ao XX reunida pelo gosto colecionista do padre Rodrigues Vermelho, encontramos, numa das vitrinas iniciais, o Senhor da Paciência. Segundo alguns estudiosos, os Cristos sentados são de origem francesa, sobretudo da Bretanha, no século XV, mas ao certo desconhece-se a origem desta imaginária. Em Portugal tem grande devoção no norte alentejano, região de Portalegre, intimamente ligado à religiosidade popular pelas dores de Cristo (Senhor da Paciência, do Bonfim, da Piedade e dos Passos). O Senhor da Paciência ali exposto, concebido em terracota policromada, do século XVIII, encontra-se representado sentado, coroado de espinhos, despojado das vestes e segurando a cabeça com a mão direita. apesar das marcas das suas feridas, estas contrastam com a sua atitude de quietude, até mesmo de vitória, apesar de tanto sofrimento que o tocou. Esta imagem pode realmente ajudar a compreender os problemas e obter com isso a energia necessária para enfrentar as dificuldades surgidas ao longo da sua vida. *Diretor do Museu de arte Sacra e Etnologia, Fátima