Milhares de sírios estão a fugir para o Iraque «porque se viram diante de situações que ameaçavam as suas vidas». No lado iraquiano e sírio da fronteira os Médicos Sem Fronteiras estão a apoiar os refugiados
Milhares de sírios estão a fugir para o Iraque «porque se viram diante de situações que ameaçavam as suas vidas». No lado iraquiano e sírio da fronteira os Médicos Sem Fronteiras estão a apoiar os refugiadosCerca de 60 mil refugiados da Síria atravessaram as fronteiras para a região do Curdistão, no Iraque, desde que estas foram reabertas, a 15 de agosto, depois de três meses fechadas. Desde meados de setembro, a fronteira foi novamente fechada por duas semanas, antes de ser outra vez aberta. atualmente, os Médicos Sem Fronteiras estão a preparar as suas equipas na fronteira e nos campos próximos para responder a qualquer afluência de pessoas.
Para isso, montaram postos de saúde, nos quais realizam consultas médicas e distribuem água para os deslocados que esperam a transferência para um dos diversos campos de refugiados transitórios em Dohuk, Erbil e Sulaymaniya. a maioria dos refugiados sírios chega à fronteira a pé, depois de uma longa caminhada pelo vale desértico, sob intenso calor e tendo deixado tudo para trás: parentes, casas e pertences, explicam os MSF, em comunicado.
a maioria dos nossos pacientes é formada por crianças, mulheres grávidas ou mães que acabaram de ter filhos. Muitas delas sofrem de desidratação moderada, devido à longa distância que tiveram que caminhar ou ao longo tempo de espera antes de cruzar a fronteira. Também estamos a atender casos de doenças crónicas, como hipertensão, asma e epilepsia disse Paul Yon, coordenador geral dos MSF em Dohuk, em declarações aos serviços de comunicação da organização.
Muitas pessoas não conseguiram obter acesso aos medicamentos na Síria, onde o sistema de saúde entrou em colapso. Muitos pacientes que atendemos no nosso posto de saúde estão em estado de choque: eles tiveram que se deslocar muitas vezes dentro da Síria desde a eclosão do conflito e decidiram cruzar a fronteira porque se viram diante de situações que ameaçavam as suas vidas, acrescentou o responsável.
No lado iraquiano da fronteira, desde meados de agosto os profissionais dos MSF realizaram mais de 1. 040 consultas médicas para os refugiados e distribuíram itens não alimentares, como coberturas plásticas. No lado sírio da fronteira, os profissionais dos MSF realizaram 982 consultas médicas e distribuíram água a 33 mil pessoas que esperam para atravessar para o Iraque.