«Vinde, exultemos de alegria, ao som de cânticos aclamemos o Senhor, que é o rochedo da nossa salvação», cantamos no Salmo Responsorial. «Eu sou a luz do mundo», diz o Senhor. «Quem me segue terá a luz da vida!» (do aleluia)

«Vinde, exultemos de alegria, ao som de cânticos aclamemos o Senhor, que é o rochedo da nossa salvação», cantamos no Salmo Responsorial. «Eu sou a luz do mundo», diz o Senhor. «Quem me segue terá a luz da vida!» (do aleluia)
Plus ça change, plus c’est pareil!, aprendi eu quando era garoto no seminário. E creio que há muita verdade nessa afirmação. até Camões dizia que tudo muda. Mas parece que muitas coisas voltam de tempos em tempos a ser as mesmas, como dizia um filósofo que falava dos ciclos históricos, que deviam ser governados pela Providência. Na primeira leitura deste domingo, fala-nos o profeta Habacuc, que profetizou nos anos 605 a 597 antes de Cristo. Tinha Deus salvado o povo de Israel da escravidão do Egito, dera-lhe uma terra agradável, concluira com esse povo uma aliança bilateral: o povo de Israel servia a Deus e aos seus Mandamentos, e Deus protegia Israel. Mas Israel, do ciclo de fidelidade à aliança com Deus, passava ao ciclo da idolatria e da injustiça para com os mais pobres. automaticamente chega o ciclo da desgraça, quando Israel é vencido e levado para amílcar pelo imperador Nabucodonosor da Babilónia, que assim se torna como que o flagelo que purificará o povo de Israel das suas idolatrias e injustiças. Mas o Deus de Habacuc não é pessimista: Fala dum Resto’, dum grupo que lhe ficará sempre fiel, fiel a ele o Deus que é e sempre será a fonte da fortaleza: Vieste, Senhor, para salvar o teu povo… O Senhor Deus é a minha força, em quem eu exultarei (cap. 3,13. 19. 18). É uma atitude realista e lógica aplicar a profecia de Habacuc a outros povos da história. Também nós já fomos mais fiéis à aliança que os nossos antepassados fizeram com o nosso Deus. Também nós prevaricámos. Deslizámos para áreas de idolatria e de injustiça, e então caíram sobre nós flagelos de nossa feitura, ou que poderios estrangeiros nos impuseram e impõem. Mas também nós somos candidatos à salvação que Deus promete ao povo que se arrepende do mal, pede perdão e arrepia caminho. Esse Deus que é fonte de fortaleza nunca abandona o Resto que fica fiel ao seu amor e recebe a sua misericórdia. De fronte alta e coração cheio de confiança, não nos envergonhemos de dar testemunho do Senhor Jesus (2a leitura). E o grupo dos apóstolos, conhecendo a sua fraqueza humana, dão-nos um exemplo certo para o nosso comportamento no presente e no futuro: pedirmos com toda a confiança: Senhor, aumentai a nossa fé.