Depois do acidente que provocou a morte a centenas de clandestinos, em Itália, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, pede mais proteção e menos repressão para os imigrantes 
Depois do acidente que provocou a morte a centenas de clandestinos, em Itália, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, pede mais proteção e menos repressão para os imigrantes Tratar a imigração clandestina unicamente com medidas repressivas pode provocar essas tragédias. Essas mortes poderiam ter sido evitadas, afirmou em Nova Iorque, Estados Unidos da américa, o relator especial da ONU sobre os Direitos dos Migrantes, François Crépeau, referindo-se ao naufrágio de uma embarcação repleta de africanos que tentavam chegar à ilha italiana de Lampedusa, na quinta-feira, 3 de outubro. O acidente, um dos mais graves em Itália envolvendo imigrantes ilegais, fez soar o alarme na comunidade internacional. Teme-se que o número de mortos ultrapasse as três centenas. No discurso de abertura de um encontro sobre as migrações, na sede das Nações Unidas, Crépeau questionou a criminalização da imigração clandestina e denunciou uma paranoia alimentada pelos políticos, lembrando que todos os imigrantes, em virtude de sua dignidade humana sem discriminação, estão protegidos pela lei internacional dos direitos humanos. O secretário-geral da ONU, por sua vez, aproveitou para fazer um apelo para que sejam adotadas medidas que protejam os direitos dos milhões de imigrantes e que sejam reconhecidas as contribuições desse grupo para a sociedade. É nossa responsabilidade coletiva tornar a imigração benéfica tanto para os imigrantes como para os países, afirmou Ban Ki-moon. Na quinta-feira, o Papa Francisco tinha-se referido ao naufrágio usando a palavra: vergonha. Rezemos juntos a Deus por quem perdeu a vida, homens, mulheres, crianças, pelos familiares e por todos os deslocados. Unamos os nossos esforços para que não se repitam semelhantes tragédias, pediu o Santo Padre, que em julho visitou Lampedusa, onde alertou para a globalização da indiferença face a estes dramas.