as redes sociais e a comunicação em ambiente digital podem tornar-se num perigoso «refúgio do individualismo». Para evitar esta tendência, a Igreja Católica deve empenhar-se na promoção do encontro pessoal, defende o bispo Pio Alves
as redes sociais e a comunicação em ambiente digital podem tornar-se num perigoso «refúgio do individualismo». Para evitar esta tendência, a Igreja Católica deve empenhar-se na promoção do encontro pessoal, defende o bispo Pio Alves O Presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, Pio Alves, afirmou esta quinta-feira, 3 de outubro, em Fátima, que a Igreja Católica tem que estar na primeira linha da relação pessoal, da escuta integral e atenta, se quiser ser, como o deve ser, perita em humanidade. Isto para evitar os possíveis perigos do individualismo, levantados pelas novas formas de comunicação digital. O bispo, que presidiu à sessão de abertura das Jornadas da Comunicação Social, recorreu às mensagens pontifícias para recordar que a cultura das redes sociais e as mudanças nas formas e estilos de comunicação colocam sérios desafios àqueles que querem falar das verdades e dos valores, e propôs, como um dos caminhos a seguir, o equilíbrio entre a abertura aos novos recursos e a resistência ao deslumbramento que eles podem proporcionar. alertando para os riscos da impessoalidade que a comunicação digital pode provocar, Pio Alves, que é também administrador apostólico do Porto, deixou um apelo à promoção do encontro. Os novos média podem ser adulterados na sua vocação de instrumentos de comunicação e de encontro e transformar-se em refúgio de um feroz individualismo, por isso, hoje, mais do que em qualquer outra época, são necessários os verdadeiros encontros pessoais, onde se conhecem os rostos, onde se cruzam os olhares, onde pode haver um abraço. Na primeira mesa redonda do encontro, que decorre até sexta-feira, 4 de outubro, no auditório Domus Carmeli, o padre américo aguiar, da diocese do Porto, lembrou que a rede digital é um continente aberto ao mundo 24 horas por dia, ao qual a Igreja deve estar particularmente atenta, para poder desenvolver o trabalho de evangelização em todas as frentes, sem impor, mas propondo. Se queremos estar na rede com um espaço nosso, não podemos ser só reprodutores [de conteúdos], devemos ser também produtores e utilizadores, para podermos encaminhar os outros para a nossa realidade. O nosso desafio como evangelizadores não está tanto na atualização, mas na virtualização, na forma como podemos propor o encontro com Jesus no ambiente digital, disse, por sua vez, o padre Luís Miguel Figueiredo Rodrigues, da diocese de Braga. as Jornadas da Comunicação Social, promovidas pela Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, são uma oportunidade de encontro entre profissionais do setor e responsáveis pela pastoral da comunicação da Igreja Católica em Portugal. Este ano, decorrem ao abrigo do tema Comunicar no ambiente digital, com o intuito de analisar os desafios que este ambiente coloca em dois contextos: o mediático e o pastoral.