Hierarquia e leigos, enquanto membros da Igreja, têm de aumentar o apoio à família não apenas no aspeto de evangelização, mas ainda na sua defesa enquanto tal. é das famílias bem estruturadas que depende o futuro da humanidade
Hierarquia e leigos, enquanto membros da Igreja, têm de aumentar o apoio à família não apenas no aspeto de evangelização, mas ainda na sua defesa enquanto tal. é das famílias bem estruturadas que depende o futuro da humanidadeNunca foi tão necessário defender a família como hoje, não apenas no seu conceito tradicional – dado que há grandes desvios neste campo, quando se considera uniões do mesmo sexo como família, sendo mesmo contemplado o estatuto na Lei – como no sentido de preservar a originalidade da mesma. Só a família formada por homem e mulher permite a continuidade e desenvolvimento da humanidade, dado que todas as outras não passam de um simulacro da verdadeira identidade de uma família enquanto tal.

a Igreja tem por princípio preocupar-se com todos e cada um na generalidade. a família, que foi e é a base de tudo – Deus quis que o Seu filho fosse proveniente de uma família ao adotar o género humano – deve merecer mais atenção e carinho.

Lembremos as bodas de Caná, quando a mãe de Jesus intercedeu pelos esposos, na falta do vinho, e este disse: Mãe, isso nos compete a nós? Minha hora ainda não chegou. No entanto o Senhor atendeu o pedido de sua mãe transformando a água em vinho, naquele que é considerado o primeiro dos milagres de Jesus. O relato é do Evangelho de João (João 2:1-11).

De fato compete à Igreja, no seu todo, a defesa intransigente das famílias, não só apoiando-as em todas as suas vertentes como promovendo a virtualidade da conceção humana. O aborto de muitas mães é uma consequência do egoísmo humano, mas também da falta de condições que se faz sentir a muitos níveis. Lutar contra o aborto é necessário, mas primeiro é preciso ajudar a criar condições preventivas para que tal não aconteça e que passa sobretudo pela boa formação pessoal, para além de muitas outras.

Começa a sentir-se a necessidade de dar ao Evangelho o sentido real da vida, ou por outras palavras, adaptar a palavra do evangelho à realidade do dia a dia. Quanto mais sãs forem as famílias, mais probabilidade há de termos uma sociedade onde possam voltar a florescer os verdadeiros valores da alma humana. Os poderes instituídos a todos os níveis não revelam a preocupação, ou o incentivo, do aumento da população mundial, pelo contrário – com a desculpa de que não haverá alimento para todos, o que não é verdade.

Em Portugal começa a ser assustador o problema da natalidade. Os últimos dados fornecidos pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) demonstram a continuidade da descida dos nascimentos no nosso país. as condições económicas da maior parte das famílias é um dos fatores impeditivos de gerar filhos e por isso é preciso insistir em políticas mais assertivas para o problema português que não penalizem ainda mais esta situação. Está em causa a substituição geracional, com todas as consequências gravosas que daí poderão advir.

a nossa sociedade está envelhecida, é necessário lutar pelo seu rejuvenescimento não apenas através da mudança de mentalidades, mas também das práticas, sobretudo criando novos meios para apoiar a fecundidade das famílias. a sociedade deve assentar na família e não no indivíduo, só assim será possível inverter esta tendência de definhamento da população.

a Igreja continua a ter a obrigação de doutrinar nesse sentido, mesmo correndo o risco de não ser ouvida, por que a manter-se a baixa natalidade, as gerações futuras não poderão aspirar a uma vida que seja digna desse nome.