Bispo de Bangassou lamenta que a população centro-africana esteja «entrincheirada como num campo de concentração» e pede a intervenção urgente das Nações Unidas
Bispo de Bangassou lamenta que a população centro-africana esteja «entrincheirada como num campo de concentração» e pede a intervenção urgente das Nações Unidas a República Centro-africana é hoje um país à deriva, com toda a população entrincheirada como num campo de concentração, refém do governo Seleka, que por sua vez também está à deriva, alertou Juan José aguirre Munos, bispo de Bangassou, na véspera do início da assembleia Geral da ONU, que decorre em Nova Iorque, nos Estados Unidos da américa. Segundo aguirre, citado pela agência Fides, a coligação Seleka invadiu o país em finais de 2012, mas foi sendo progressivamente desmantelada. Das cinco componentes militares que a constituíam apenas uma chegou ao poder, enquanto as outras (cerca de 15 mil rebeldes) se transformaram em grupos armados ilegais, que procuram alvos para saquear. a situação caótica do país tem-se feito sentir de forma dramática no sistema de ensino. Para dar sinais de normalidade à comunidade internacional, o governo central aceitou realizar as provas de admissão à universidade. Os 59 mil alunos das escolas católicas apresentaram-se aos exames, mas logo perceberam que o processo estava cheio de irregularidades. Muitos estudantes não constavam nas listas preparadas pelo governo, denunciou o prelado. ainda mais grave, de acordo com Juan José aguirre Munos, foi o que aconteceu na capital, Bangui. Os jovens pertencentes ao Seleka entraram na sala de exames armados e em uniforme militar, pegaram nos testes e saíram, levando-os para que alguém mais competente os resolvesse. Mais tarde, voltaram, com a pistola bem visível na cintura, e entregaram as provas.