Na sua visita à Sardenha o Papa denunciou o sistema económico que conduz à tragédia em que muitos povos se encontram: «um sistema económico que tem como centro um í­dolo que se chama dinheiro»
Na sua visita à Sardenha o Papa denunciou o sistema económico que conduz à tragédia em que muitos povos se encontram: «um sistema económico que tem como centro um í­dolo que se chama dinheiro»Neste domingo, dia 22 de setembro, o Papa Francisco visitou a Diocese de Cagliari na ilha italiana da Sardenha e sobretudo o santuário de Nossa Senhora de Bonária. O Santo Padre já tinha comunicado a sua intenção de ir visitar este santuário na audiência geral do dia 15 de Maio, em que explicou a relação de fraternidade entre o santuário de Bonária e a sua cidade de Buenos aires que deste tomou o nome no momento da sua fundação. Chegando ao aeroporto de Cagliari, capital da Sardenha, pelas 8. 15h, o Papa encontrou-se primeiramente com os trabalhadores. Na homilia da missa, sublinhando sobretudo o direito ao trabalho, o direito a levar pão para casa, pão ganho com o trabalho, disse que é necessária a colaboração leal de todos, com o compromisso dos responsáveis das instituições, também da Igreja, para assegurar os direitos fundamentais das pessoas, fazendo crescer uma sociedade mais fraterna e solidária. O Santo Padre explicou a razão da sua visita: Vim para partilhar convosco alegrias e esperanças, cansaços e compromissos, ideais e aspirações da vossa ilha e para vos confirmar na fé e admitiu que a ilha da Sardenha (a segunda que visita) enfrenta problemas e preocupações, sobretudo a falta de trabalho e muitas situações de pobreza. Não esqueceu os que têm mais necessidade de cuidados: Os mais abandonados, os doentes, aqueles que não têm com que viver, os que não conhecem Jesus, os jovens que estão em dificuldade. Neste encontro – disse o Pontífice – desejo sobretudo expressar-vos a minha proximidade, especialmente às situações de sofrimento: a tantos jovens desocupados, às pessoas que estão no fundo do desemprego, aos empresários e comerciantes que têm dificuldade em ir em frente, uma realidade que conheço bem por experiência própria na argentina, acrescentou. Onde não há trabalho, falta a dignidade!- prosseguiu o Papa – e este não é um problema só da Sardenha, nem só da Itália ou de alguns países europeus, é consequência de uma opção mundial, de um sistema económico que conduz a esta tragédia; um sistema económico que tem como centro um ídolo que se chama dinheiro. Francisco encorajou todos a enfrentar com solidariedade e inteligência este desafio histórico e em nome de todos pediu à Virgem Maria que ensine os católicos a olhar para os outros de modo mais fraterno.