«Quem é mais importante na nossa vida? a resposta não pode ser dada apenas por palavras, mas nas ações concretas da vida»
«Quem é mais importante na nossa vida? a resposta não pode ser dada apenas por palavras, mas nas ações concretas da vida»Que é isto que ouço dizer de ti? assim começa a parábola que Jesus conta aos seus ouvintes. Uma pergunta que soa também a convite à reflexão: E se esta pergunta fosse dirigida a mim? Qual seria a minha resposta? Na parábola ficamos a saber que, na verdade, aquele homem não respondeu, mas agiu de um modo, que faz supor que as notícias que circulavam acerca dele teriam algum fundamento. De imediato, aquele homem pensa no seu futuro, analisa as suas perspetivas e, perante essa realidade, toma uma decisão. Quem lê o texto fica logo a pensar que este homem era uma pessoa não muito boa: primeiro, porque é acusado de má administração dos bens do seu patrão e, segundo, porque na sua decisão resolve agravar mais ainda a situação do seu patrão, ao perdoar parte da divida aos devedores do seu senhor. O objetivo é simples: perdoando a dívida aos devedores, estes sentir-se-iam na obrigação de ajudar aquele que antes os tinha ajudado. O grande problema reside no elogio que o senhor faz no final da parábola. Quem é este senhor? Jesus ou o patrão? Trata-se do patrão, mas mesmo assim fica a pergunta: como pode o patrão, que foi roubado elogiar o administrador? Ele reconhece que aquele seu administrador foi esperto para resolver a difícil situação em que se encontrava. Para entender a parábola é preciso recordar um pouco da tradição da Palestina daquele tempo. aí os administradores não recebiam um salário fixo, mas recebiam uma compensação, de outra forma. Por exemplo, se emprestavam 100 litros de azeite, ao fazer a escrita, em vez de 100 colocavam 120, sendo que os 20 litros a mais seriam o seu salário. assim, o administrador não foi desonesto, mas simplesmente perdoou a parte que lhe cabia. Jesus vai retomar na sua conclusão a esperteza deste administrador, ao reconhecer que os filhos deste mundo são mais espertos que os filhos da luz convidando os seus discípulos a usarem esta esperteza ao serviço do Reino, ou seja, a usarem dos bens deste mundo, não para os acumular, mas para alcançarem os bens do reino dos céus. Na segunda parte do texto, encontramos algumas frases, que certamente não teriam pertencido a este contexto, mas que são colocados aqui para uma reflexão sobre o uso dos bens materiais. O discípulo deve saber usar os bens materiais tendo em conta aquelas que são as exigências do Reino de Deus. O Evangelho conclui com a famosa expressão: Não podeis servir a Deus e ao dinheiro que nos tempos que correm serve para todos nós nos questionarmos: a quem, de verdade, estamos a servir, a Deus ou ao dinheiro? Quem é mais importante na nossa vida? a resposta não pode ser dada apenas por palavras, mas nas ações concretas da vida. Talvez seduzidos pelo poder do dinheiro, também a nós o Senhor dirige hoje a pergunta: Que é isto que ouço dizer de ti?