«é prática, em algumas empresas, o apoio aos seus colaboradores ou ao meio social envolvente, com oferta de materiais escolares, numa perspetiva de responsabilidade social»
«é prática, em algumas empresas, o apoio aos seus colaboradores ou ao meio social envolvente, com oferta de materiais escolares, numa perspetiva de responsabilidade social»Quando falamos em economia social, por um lado temos a vertente da economia, que obviamente está muito associada ao aspeto financeiro, e por outro lado a vertente humana, numa perspetiva muito próxima do conceito de solidária, onde todos os seres humanos deverão ter acesso, de igual forma, aos bens essenciais. Ora, nesta economia dita solidária, poderemos ter como base o agregar de conceitos diferentes de produzir, vender, comprar ou trocar bens e serviços necessários para viver, sem que haja intenção lucrativa, ou de explorar os outros, sem querer incorporar alguma vantagem para quem presta o serviço ou fornece o produto. Esta economia social ou solidária está pois muito assente na cooperação, no conceito de fortalecimento do grupo, onde cada um pensa normalmente no bem de todos e no próprio bem. Em ocasiões específicas, estas práticas podem e devem-se ressaltar, como é o caso do atual tempo de regresso às aulas, onde o investimento familiar é avultado, numa área de enorme relevo para o crescimento sustentável de qualquer sociedade: a educação e o conhecimento. Neste domínio, muitas são as boas práticas existentes, quer do lado de empresas, das famílias, das entidades que abrangem a economia social (paróquias, instituições de solidariedade social, entre outras), ou mesmo dos operadores económicos que têm na sua base de negócio a comercialização de bens escolares. É prática, em algumas empresas, o apoio aos seus colaboradores ou ao meio social envolvente, com oferta de materiais escolares, numa perspetiva de responsabilidade social. Muitas famílias têm tido ações muito diversificadas, quer com oferta de livros e bens de uso escolar, ou mesmo através de donativos. De acordo com algumas notícias recentes, é referido que cerca de 30 mil portugueses fizeram donativos que posteriormente serão convertidos em material escolar e fornecidos a famílias carenciadas. algumas empresas que têm na sua base de negócio a comercialização de material escolar têm estado agregadas a campanhas solidárias e convertem parte das suas receitas em fundos que serão aplicados em material escolar, para entregar a famílias carenciadas ou instituições de carácter social. Neste contexto, as instituições referenciadas como pertencentes à economia social têm uma importância crucial, pois dada a proximidade com a população e o conhecimento das suas carências, são muitas vezes as portadoras de todos os donativos, em espécie ou monetários, e as reais dinamizadoras da correção das assimetrias existentes nas famílias, num ato de efetiva economia solidária. *Economista e Consultor Financeiro