O presidente ugandês, Yoweri Museveni, declarou, sexta feira, que a morte de John Garang poderá não ter sido um acidente.
O presidente ugandês, Yoweri Museveni, declarou, sexta feira, que a morte de John Garang poderá não ter sido um acidente. Yoweri Museveni proferiu estas afrimações, quando participava no sul do Sudão numa homenagem ao chefe histórico do Movimento Popular de Libertação do Sudão (SPLM) na véspera dos seus funerais. Pode ter sido um acidente e pode ter sido outra coisa qualquer, disse o presidente diante da salma de John Garangl tendo ao seu lado o sucessor do defunto, o general Salva Kiir.
as suas declarações lançam uma dúvida sobre a versão oficial, segundo a qual o antigo chefe rebelde, nomeado vice-presidente do Sudão, teria morrido vítima de um acidente de helicóptero, colocado à sua disposição pelo próprio presidente ugandês.
O helicóptero estava muito bem equipado, era o meu helicóptero, em que eu viajava sempre, não excluo nenhuma possibilidade, declarou Yoweri Museveni.
E acrescentou: Decidimos de nomear uma comissão de inquérito internacional. Dela fazem parte o Uganda, Quénia, Estados Unidos, Canadá e Rússia. O sucessor de Garang não comentou as declarações do presidente ugandês.
Um porta-voz do SPLM, Pagan amun, afirmou: Nós não dispomos de qualquer indício que possa sugerir uma sabotagem. Um diplomata, que acompanhou o cortejo fúnebre relativizou as afirmações do presidente ugandês, atribuindo-as a uma pressão pessoal, devida ao facto que Garang tinha perecido a bordo do seu helicóptero pessoal.
Recorde-se que o anúncio oficial da morte de John Garang desencadeou uma onda de violência, que terá causado, ao menos, 130 mortos.
O desaparecimento de John Garang irá retardar a formação de um governo de unidade nacional, fundamental para a aplicação do acordo de paz de Janeiro passado, e que estava previsto para 9 de agosto.