«Para falar ao vento bastam palavras, para falar aos corações são necessárias obras», disse, citando o padre antónio Vieira, o apresentador do livro de Norberto Louro, em Mação

«Para falar ao vento bastam palavras, para falar aos corações são necessárias obras», disse, citando o padre antónio Vieira, o apresentador do livro de Norberto Louro, em Mação

O salão paroquial de Mação encheu-se ontem, dia 27, à noite, para a apresentação do livro a Missão é simpática do missionário da Consolata Norberto Louro, que acaba de ser publicado. a apresentação do livro esteve a cargo de antónio Manuel Martins da Silva, licenciado em história, e investigador do trabalho das missões católicas. Quis antes de mais realçar o número de religiosos naturais de Cardigos (Mação) que se têm dedicado ao trabalho missionário, quatro deles pertencentes ao Instituto da Consolata. O estudioso realçou o facto de não se conhecer muita investigação histórica sobre o trabalho dos missionários, embora exista uma extensa literatura experiencial’ consubstanciada nos relatórios de missionários aos seus superiores e abundante noticiário sobre as missões publicado nas revistas e jornais das congregações e institutos religiosos, observou. Referindo-se às crónicas de Norberto Louro agora publicadas pela Editora Consolata, diz antónio Silva que nelas podemos constatar a obra/ação pluridimensional das missões religiosas: uma dimensão evangélica/religiosa, uma dimensão social e assistencial, uma dimensão educacional/cultural. O missionário é professor, é educador, é enfermeiro, é arquiteto, é pedreiro, é agricultor, é carpinteiro, é moleiro, é animador cultural, é tipógrafo, é psicólogo, é assistente social , disse o apresentador, limitando-se àquilo que é narrado no livro de Norberto Louro. Selecionando os temas presentes nas crónicas do autor, o apresentador destacou o papel das mulheres na ação missionária, os jovens, as crianças, mas sobretudo o encontro com as culturas africanas, onde é preciso muita humildade e um saber nascer de novo, porque querer demonstrar superioridade com base na cultura é profanar o património mais sagrado do povo, disse, citando o autor do livro. Norberto Louro, tomando a palavra e agradecendo a presença interessada da assembleia, exprimiu a sua relação com Mação, apesar da distância em que se encontra Cardigos, e sobretudo o carácter hilariante destes textos agora publicados que ele gostaria de chamar retalhos de vida missionária. Não são histórias ou anedotas missionárias, são pedaços de vida, inseridos na cultura africana, por quem o autor sente uma enorme estima, porque viveu 30 anos em Moçambique e contactou, em serviço missionário, com vários outros territórios africanos. O encontro deste lançamento literário terminou com uma larga troca de impressões e pedidos de esclarecimento da assembleia. além de Mação, o livro será também apresentado por Carlos Liz, especialista em estudos de mercado e opinião, na Cafetaria/Galeria Municipal de Proença-a-Nova, no dia 30 de agosto, às 20h30, e no Museu de arte Sacra e Etnologia de Fátima, dia 3 de setembro, às 21h00.