«Reitero que o tráfico de pessoas é uma atividade ignóbil na qual exploradores e clientes, em todos os níveis, deveriam fazer um sério exame de consciência, diante de si mesmos e diante de Deus»
«Reitero que o tráfico de pessoas é uma atividade ignóbil na qual exploradores e clientes, em todos os níveis, deveriam fazer um sério exame de consciência, diante de si mesmos e diante de Deus»Estas palavras do Papa Francisco, pronunciadas por ocasião do encontro do Pontifício Conselho da Pastoral para os Migrantes e os Itinerantes foram recordadas por Eugénia Bonetti, missionária da Consolata, numa entrevista à Rádio Vaticana no Dia de combate ao tráfico de pessoas, 23 de agosto. Eugenia Bonetti trabalha empenhadamente há vários anos na luta contra o tráfico de mulheres. Por isso, de boamente recordou na entrevista o compromisso do Papa Francisco no combate a esta chaga, desde o início do seu pontificado. Isso encheu-nos o coração de tanta alegria: poder ver um compromisso maior a nível de Igreja e do Vaticano, porque deste modo temos a possibilidade de fazer emergir este problema não somente do ponto de vista de legislação, mas, sobretudo, de um ponto de vista de sensibilização e de formação, porque todos temos uma grande responsabilidade e a possibilidade de romper os grilhões desta terrível corrente, explicou a irmã missionária. Segundo as últimas estatísticas do Instituto de Investigação Inter-regional de Crime e Justiça das Nações Unidas (Unicri), fala-se de 21 milhões de pessoas ainda hoje reduzidas à condição de escravas. Perante estes problemas do tráfico de seres humanos, a nossa indiferença já é uma culpa, porque nós realmente, de modo particular como cristãos, não podemos aceitar com indiferença a situação de milhares e milhares de pessoas que são vítimas de exploração, não somente pelo trabalho, mas, sobretudo, pelo tráfico de seres humanos para a exploração sexual, acrescentou Eugénia Bonetti, referindo que destes 80 por cento, são mulheres e menores.