a mensagem do sacerdote celebrante ou bispo, numa homilia da missa, deve ser adequada ao momento quer litúrgico ou outros e deve ter a qualidade e tempo precisos de molde a que o ouvinte compreenda
a mensagem do sacerdote celebrante ou bispo, numa homilia da missa, deve ser adequada ao momento quer litúrgico ou outros e deve ter a qualidade e tempo precisos de molde a que o ouvinte compreenda

Certamente que não é muito habitual abordar a qualidade da mensagem dos sacerdotes, ou bispos, e muito menos quando tal é o critério de um leigo, mas vamos procurar refletir um pouco, não com intuitos críticos, mas no sentido de poder alertar para práticas menos convenientes. O assunto vem a propósito de uma notícia da Lusa, e publicada na imprensa do passado dia 13, em que o jornalista daquela agência de notícias diz que alguns peregrinos que estiveram nas celebrações no Santuário de Fátima se queixaram das missas cansativas e homilias confusas que ocorrem nas celebrações.

Embora a possível interpelação dos peregrinos não nos pareça totalmente inocente, a verdade é que isso é algo que efetivamente sucede, não apenas em Fátima, mas um pouco por todo o país, o que deve merecer reflexão atenta por parte daqueles que utilizam os púlpitos.

Vamos à notícia. Uma peregrina, que por acaso é residente em Fátima, disse: Deviam ser mais explicadas (as homilias) e demorar menos tempo porque, muitas vezes, causam saturação e saímos tristes, sem ouvir as palavras que estávamos à espera.

Outro peregrino, este de Espinho, ex-emigrante de 71 anos diz que apesar do gosto que tem na peregrinação a Fátima, às vezes também tem pena de não ter percebido tão bem a homilia ou pelo facto de a celebração ter sido tão cansativa.

Uma peregrina de Guimarães diz ainda que a celebração que ocorre nos dias 12 são muito longas e às vezes as pessoas já não estão a ouvir, já estão ausentes porque é muito cansativa e sugere que depois da procissão das velas não deveria haver missa no fim.

Em relação à forma como as cerimónias de Fátima se celebram, caberá aos responsáveis do Santuário estudar o assunto, se assim o entenderem e confirmarem se deverá haver alterações, ou não. É para isso que existem responsáveis litúrgicos.

No que respeita a determinadas celebrações aniversariantes, que se verificaram ao longo de muitos anos, facilmente poderemos constatar que aquilo que os peregrinos dizem tem algo de verdade e que deve merecer uma ponderação adequada. Nós somos do tempo em que estas coisas (como outras) não se questionavam. Eram do foro íntimo da Igreja. Mas os tempos mudaram e a forma de servir a palavra do Senhor terá que se adaptar aos tempos modernos, como faz o Papa Francisco. Estamos na era da comunicação, exige-se eficiência na transmissão da mensagem, sob pena da palavra de Cristo não ser aceite.

Concentrando-nos nas homilias, de fato as mesmas são do critério de cada celebrante. Cada um imprime-lhe as características que entende mais adequadas, mas isso não quer dizer que sejam as mais eficientes. Há toda uma aprendizagem que é necessário fazer em relação às novas tecnologias, e que os sacerdotes, sobretudo os de mais idade, sentem alguma dificuldade em aprofundar, mas a pedagogia da palavra exige que o façam.

Qualquer discurso ou homilia não deve superar cinco minutos. a partir daí o ouvinte vai perdendo o interesse em acompanhar e quanto mais tempo demorar, menos atenção desperta. É um fato comprovado. Há uma exceção: a dos bons oradores que conseguem prender o interesse daqueles a quem se dirigem. Mas são tão poucos!

Poderemos concluir que nas homilias, os sacerdotes devem utilizar o conceito idêntico ao do jornalista: um texto simples, curto, conciso e claro, só dessa forma a mensagem do Senhor terá o fruto desejado no coração das pessoas.