Dia após dia lutamos para vencer as dificuldades que surgem e não desejamos. a vida torna-se um misto de confronto com os outros, e connosco próprios, quando deveria ser serena, agradável e de aproveitamento do que de bom existe
Dia após dia lutamos para vencer as dificuldades que surgem e não desejamos. a vida torna-se um misto de confronto com os outros, e connosco próprios, quando deveria ser serena, agradável e de aproveitamento do que de bom existeNão é fácil aceitar o bom – e o menos bom – que nos reserva o dia a dia. Se é bom, queremos mais, se é mau revoltamo-nos contra as situações. O nosso povo diz que a virtude está no meio. E é verdade! É necessário encontrar tempo e modo para refletir, parar um pouco, analisar o nosso comportamento perante as situações e, se necessário, traçar novos caminhos que nos permitam a paz necessária para viver a vida, seja em que circunstâncias forem. Podem estar certos que isso não é fácil, mas garanto-vos que é compensador.

a maior preocupação de todos nós, ou quase todos, reside no que consideramos ser necessário para viver. a dimensão do necessário varia de pessoa para pessoa. O que para uns não chega, e portanto querem mais, para outros é suficiente e até agradecem a Deus o pouco que têm. É desta forma do aceitar que é possível obter a harmonia entre o que é verdadeiramente preciso para viver, ou não. Sem esta condição nunca teremos a paz de espírito adequada para uma vida harmoniosa connosco e com os outros.

É habitual a concentração das preocupações nas coisas materiais, e temos sérias razões para tal, deixando para segundo plano outras que também é preciso ter em conta, o aspeto mais intimo, que é o espiritual.

a vida é um ciclo de tempo que o ser humano usufrui, dependendo muito dele a forma como o utiliza a partir da idade da razão. Uns nascem ricos, outros pobres, mas assim vai continuar a acontecer, pois o segredo do viver está no aproveitamento do conhecimento que adquirimos ao longo do nosso percurso com ou sem os outros.

Há ideologias e conceitos, mais ou menos elaborados, que sugerem a forma de encontrar a paz de espírito necessária para viver o quotidiano, a maior parte baseados no sentido espiritual. Muitos destes conceitos são uma ajuda, independentemente da origem, mas temos obrigação de saber avaliar a sua utilidade para cada um de nós. Daí a responsabilidade da escolha do caminho a seguir.

Cristo, quando se referiu à preocupação das pessoas com a sobrevivência, deu como exemplo as aves que não tem que comer, mas o Pai sustenta-as. ao memso tempo, aletou-nos para a confiança que é necessário ter em Deus. Esta é uma via real para os crentes, pois aceitam que esta vida é passageira e não termina com a morte.

Como há pessoas que seguem outras vias, para essas também é possível a escolha séria, baseada sobretudo na esperança, pois nem tudo que julgamos necessário o é. O segredo, se assim o quisermos dizer, está em encontrar as forças capazes de aceitar o óbvio: a realidade com que lidamos e partir desta premissa para alcançar algo de melhor.