O Evangelho convida os discípulos de hoje a permanecerem vigilantes para acolher o Senhor, só que a tal espera não deve ser feita de braços cruzados, mas de forma atenta e ativa
O Evangelho convida os discípulos de hoje a permanecerem vigilantes para acolher o Senhor, só que a tal espera não deve ser feita de braços cruzados, mas de forma atenta e ativaOs discípulos de Jesus tinham sido convidados a descobrir que a felicidade da sua vida não dependia daquilo que possuíam, mas que consistia – como afirmou o Papa Francisco comentando o Evangelho de domingo passado – no amor de Deus partilhado com os irmãos. Neste domingo, Jesus fala ao pequeno rebanho e continua a insistir que não podem colocar a sua felicidade nas coisas, mas que o importante é acumular tesouros junto de Deus. Tesouro esse que não sofre desvalorização, pois está no coração. assim, Jesus começa por nos convidar a uma reflexão: onde está o meu tesouro? Quais são os tesouros da minha vida? Quais as prioridades? Será que Deus tem um lugar na minha vida? Que lugar? Será que tem lugar destacado ou está entre tantas outras coisas? O tesouro que Jesus fala é o Reino de Deus, é este tesouro que os seus discípulos devem procurar. Mas como fazer? Para tal o evangelista vai apresentar três parábolas, que provavelmente tiveram outros contextos, mas que aqui foram colocadas porque partilham o mesmo tema, a vigilância. Os discípulos devem estar prontos para acolher este tesouro. Recordando a Páscoa a primeira parábola convida a estarmos vigilantes com os rins cingidos e as lâmpadas acesas, numa alusão ao momento da Páscoa judaica. O discípulo precisa estar vigilante para acolher o Senhor que passa para oferecer a liberdade. Como um ladrão a segunda parábola usa a imagem do ladrão, tal como ninguém sabe a que horas vais chegar o ladrão, pois se alguém soubesse preparar-se-ia para a sua chegada, assim, o discípulo não sabendo a hora da sua chegada, deve permanecer pronto para o acolher, mesmo se desconhece por completo a hora da sua chegada. É uma imagem que evoca a disponibilidade total à espera da chegada do Senhor. Fiéis no serviço a última parábola parece ser em resposta à pergunta de Pedro, que deseja saber se tal é só para o pequeno rebanho, Jesus não responde de imediato a Pedro, mas recorda-lhe a responsabilidade acrescida dos animadores da comunidade, os quais devem permanecer fiéis no serviço a que são chamados a prestar. O Evangelho convida os discípulos de hoje a permanecerem vigilantes para acolher o Senhor, só que a tal espera não deve ser feita de braços cruzados, mas de forma vigilante e ativa, pois a hora permanece desconhecida. Não se pode ser discípulo apenas por algumas horas ou dias, mas é fundamental sê-lo todos os dias e a todas as horas.