«Que aproveita ao homem todo o seu trabalho e as ânsias do seu coração?», pergunta a primeira leitura deste domingo.
«Que aproveita ao homem todo o seu trabalho e as ânsias do seu coração?», pergunta a primeira leitura deste domingo. Num momento de crise económica como a que estamos a atravessar em Portugal, o que é que nos pode dar segurança na vida, ser um ponto de apoio seguro para o presente e o futuro? No Evangelho de domingo, Cristo conta-nos uma história-parábola que dá uma resposta a esta pergunta. Nessa resposta, Jesus ensina-nos que seria um erro colocarmos a nossa esperança só nas riquezas materiais. Não há dúvida que precisamos daquilo que nos dá uma vida razoavelmente confortável, materialmente falando. Mas há dentro de nós uma ânsia, uma sede maior: o contacto com aquele que é a nossa origem e o nosso fim: o Senhor Deus omnipotente, que não abandona aqueles que da sua infinita sabedoria e amor receberam a existência. a nossa sede de infinito encontra a sua realização no contato com Deus, naquilo que habitualmente chamamos oração. Durante a oração, Deus revela-se-nos e revela-nos o amor que nos tem. E ao mesmo tempo, quer que nós nos revelemos a Ele. Sim, Ele já sabe tudo a nosso respeito. Mas revelar-lhe as nossas falhas e os nossos sucessos é uma declaração de confiança. Mesmo o Filho de Deus, Jesus Cristo, nos ensinou a dizer: Pai nosso o pão nosso de cada dia nos dai hoje e livrai-nos do mal. E é bom vermos como Deus, de cuja família nós somos, quer que os mais necessitados recebam o pão de cada dia da generosidade dos que têm algo mais do que o necessário para a sua vida. aliás, a oração tem também um valor psicológico que nos dá um sentido de segurança e confiança em nós próprios e nas nossas capacidades. Orar é elevarmos ao alto o que de melhor temos: a imagem do próprio Deus em nós. Foi assim que viveram tantos dos que orgulhosamente, e à custa muitas vezes da própria vida, construiram a terra em que vivemos e que é nossa. aspirai às coisas do alto, onde Cristo se encontra, aconselha-nos São Paulo na 2a leitura deste domingo. E assim, unidos no desejo de termos e de sermos o que Deus quer, corresponderemos à chamada que dele recebemos — para nossa maior felicidade.