a lei islâmica, adoptada em 2000 em vários estados do norte da Nigéria, chegou agora aos transportes públicos no estado de Kano.
a lei islâmica, adoptada em 2000 em vários estados do norte da Nigéria, chegou agora aos transportes públicos no estado de Kano. as autoridades do estado de Kano, no norte da Nigéria, impuseram a proibição de viajarem juntos, homens e mulheres muçulmanos, nos transportes públicos. Tal proibição foi decretada de acordo com a lei islâmica, também conhecida como charia.
autocarros e motociclos, usados como táxis só para mulheres, desfilaram num ajuntamento organizado num estádio da cidade de Kano, um dos vários estados com maioria muçulmana, que adoptaram a lei charia em 2000. Na altura, esta decisão conduziu a conflitos inter-religiosos, em que pereceram milhares de pessoas.
Com esta proibição, os motociclistas comerciais que tranportem mulheres estão sujeitos a serem multados. De acordo com correspondentes internacionais, a actual lei foi bem recebida por todas as comunidades, já que os cristãos podem continuar a usar veículos não segregados.
Segundo o governador de Kano, uma nova força de nove mil polícias à civil vão garantir o cumprimento da lei. “O nosso objectivo é estar na linha da frente, fazendo as nossas actividades de modo decente e protegendo a charia de alá”, disse no estádio o clérigo muçulmano Ibrahim Kaliel. Também deixou um aviso aos taxistas: “Não há desculpa para transportar uma mulher que não seja vossa esposa ou mãe num motociclo. O santo profeta Mohammed manda obedecer aos vossos líderes em todas as circunstâncias”.
alguns condutores lamentam-se, porque a maior parte dos seus ganhos provêem do tranporte de mulheres. “O governo está a querer pôr-nos fora do negócio com esta nova lei. assim não podemos alimentar as nossas famílias só com os clientes masculinos, que não rendem tanto como as mulheres”, declarou Sahabi Malam à agência de notícias aFP.
activistas dos direitos humanos condenaram os abusos sancionados pela lei islâmica, que incluem açoites e amputações, afirmando que se trata de uma discriminação contra as mulheres. No entanto esta lei parece ter o apoio popular no norte. Não há grande oposição, especialmente entre a minoria cristã. Oficialmente a lei não aplica aos não-muçulmanos, mas na prática serão forçados a respeitá-la.