Mais de 128 mil pessoas de Boa Vista sobrevivem com menos de um salário mínimo por mês, sem acesso a uma vida digna, sem emprego, revelando o retrato sórdido da desigualdade social de Roraima.
Mais de 128 mil pessoas de Boa Vista sobrevivem com menos de um salário mínimo por mês, sem acesso a uma vida digna, sem emprego, revelando o retrato sórdido da desigualdade social de Roraima. Segundo o último Censo, 65 por cento da população de Roraima vive na capital do estado. Hoje, isto representa mais de 221 mil pessoas a viver em Boa Vista. Mas o dado que impressiona é que mais da metade desta população vive abaixo da linha da pobreza. Isto significa que em Boa Vista, mais de 128 mil pessoas sobrevivem com menos de um salário mínimo por mês, sem acesso a uma vida digna, sem emprego, revelando o retrato sórdido da desigualdade social em nosso estado.
a triste situação dos trabalhadores e trabalhadoras de Roraima agrava-se a cada dia com o crescente desemprego e com a falência dos sistemas de saúde, habitação, transporte, saneamento, segurança e educação, sangrados sistematicamente por esquemas de corrupção.
atentos a esta realidade, os coordenadores do Centro de atendimento a Migrantes e indígenas da Cidade (CaMIC), em parceria com os missionários da Consolata e a írea Missionária do Caranã vêm desenvolvendo um trabalho de formação na área urbana da capital, com o objectivo de proporcionar aos cidadãos alternativas de criação de renda e emprego.
Dentre as iniciativas está a promoção e realização de cursos de informática destinados à população da periferia. Para isso, foi instalado na comunidade do bairro aeroporto um centro de Inclusão Digital, que atende pessoas da rede de comunidades do Caranã. Num mundo cada vez mais globalizado, informatizado competitivo e excludente, a especialização em informática pode proporcionar ao cidadão a possibilidade de disputar uma colocação no mercado de trabalho.
além de noções de informática básica, o curso compreende palestras sobre cidadania (Você e o Trânsito, Estatuto da Criança, Estatuto do Idoso, Doenças Sexualmente Transmissí­veis e alcoolismo). actualmente existem oito turmas, de sete alunos cada, que estudam em dois turnos. as pessoas beneficiadas são geralmente jovens e mulheres cuja idade varia de 15 a 54 anos. Os alunos pagam uma taxa simbólica de R$ 5,00 que serve para pagar a alimentação dos monitores e custear despesas com material didáctico e energia eléctrica.
O certificado de conclusão do curso só é concedido ao aluno que obteve bom aproveitamento e frequência durante os quatro meses de curso.
No último dia 18 de Junho formou-se a primeira turma com 44 alunos. O objectivo da Consolata e CaMIC é estender o projecto a todos os 15 Municípios de Roraima.