Uma carta da irmã Lúcia. é uma missionária da Consolata a trabalhar na Mongólia que nos conta um pouco da sua experiência e projectos futuros.
Uma carta da irmã Lúcia. é uma missionária da Consolata a trabalhar na Mongólia que nos conta um pouco da sua experiência e projectos futuros. Carí­ssimos,
acabei de regressar de uma viagem à parte oriental da Mongólia, onde brevemente esperamos começar a nossa missão. Se também vós desejais sentir um pouco do sabor da Mongólia, convido-vos a fechar os olhos e dar início a uma bela viagem em direcção à Ásia…
Estamos em Ulaanbaatar, capital da Mongólia, uma cidade parecida com tantas cidades europeias dos anos 50. Está rodeada por montanhas pitorescas, o centro é dominado por palácios de estilo soviético. Depois de muitos anos de submissão, primeiro à China e depois à Rússia, goza finalmente de um pouco de independência e pouco a pouco vai-se desenvolvendo. a maior parte das pessoas vive em bairros na periferia da cidade em tradicionais ger (tendas circulares feitas de feltro).
a economia da Mongólia tem como base a criação de ovelhas, cabras, cavalos, yak (espécie de boi selvagem) e camelos. a criação de gado é a actividade preferida nas vastas pradarias, enquanto o clima rí­gido e seco torna a agricultura impossível. O Inverno dura praticamente oito meses e a temperatura desce aos 40º negativos. é impossível descrever o frio que se sente… Tem que se experimentar para crer!
Talvez se perguntem porque vim da Itália para um país tão longe. Não há muitas explicações. Porque acredito num Deus que é aMOR e veio dar o seu amor a TODOS os homens da terra, também ao povo mongol…
é uma bonita experiência estar na Mongólia, celebrar a missa em lugares onde nunca ouviram falar de Cristo e onde nunca se tinha celebrado nenhuma. Nós ocidentais já damos tudo como certo, mas não o povo mongol. Não sabem o que é ser católico, não sabem quem é Cristo… é preciso começar do zero, não há bases. as pessoas estão muito interessadas, tentam perceber porquê pessoas ocidentais que poderiam ter tudo decidem dedicar-lhes a sua vida.
aqui na Mongólia a única maneira de começar um diálogo é o amor. Demonstrar de maneira simples que estamos aqui para eles. Tudo isto pode parecer estranho, mas asseguro-vos que é fascinante.
Que fazemos? a resposta é simples: quase nada. Pensámos que a coisa mais bela que poderí­amos fazer era viver com as pessoas, partilhar a sua vida, conhecer a sua cultura, aprender a sua língua para no futuro poder trabalhar em conjunto.
Por agora vivemos num apartamento na cidade, vamos à escola quase todos os dias para estudar a língua que não é nada fácil. Passamos horas e horas a repetir vários sons tentando produzir palavras que eles possam entender.
Enquanto aprendemos a língua tentamos relacionar-nos com as pessoas, conhecendo o seu modo de viver e a sua cultura. O mundo asiático é completamente diferente do nosso. Dentro das nossas possibilidades ajudamos situações de necessidade que encontramos. Por exemplo, as crianças que para sobreviver ao rí­gido Inverno vivem nos esgotos da cidade e as famílias pobres.
Depois destes primeiros anos passados na capital desejamos começar uma presença fora da cidade, numa aldeia chamada arvaikheer, a 400 kilómetros da capital na zona oriental da Mongólia. as pessoas dessa zona são muito mais pobrese onde nunca ouviram falar de Cristo. Estamos conscientes de que não vai ser fácil, mas acreditamos que Deus nos acompanhará no nosso caminho.
agora podem abrir de novo os vossos olhos. Espero ter-vos feito sentir algumas das maravilhas da Mongólia… saibam que a Mongólia é muito bela!
Desculpem se fui muito longa, mas tenho tantas coisas para partilhar…como se disse em mongol: bairteee (até breve).