augusto Castro, missionário da Consolata, foi vigário apostólico de San Vicente del Caguán e arcebispo de Tunja. é agora o novo presidente da Conferência Episcopal, renovando o seu compromisso pela paz.
augusto Castro, missionário da Consolata, foi vigário apostólico de San Vicente del Caguán e arcebispo de Tunja. é agora o novo presidente da Conferência Episcopal, renovando o seu compromisso pela paz. Por um período de três anos, monsenhor Luís augusto Castro foi eleito presidente da Conferência Episcopal de Colômbia (CEC), uma eleição que contou com a participação dos 87 bispos que há actualmente neste país sul-americano.
a 79º assembleia Plenária da Conferência Episcopal teve uma semana intensa na qual os prelados se referiram a temas centrais da Política interna como o intercâmbio humanitário para permitir a libertação dos sequestrados em mãos das Força armadas revolucionárias de Colômbia (FaRC), a lei de Justiça e Paz que se discute no congresso da República, e a forte crí­tica que fez o cardeal Pedro Rubiano aos dirigentes políticos e parlamentários quando lhes pediu: “mais medida nas suas palavras, menos interesses criados nas suas aspirações [pessoais] e mais sintonia com o povo… “.
Com a votação maioritária pelo nome de Castro, a igreja colombiana fez uma aposta decidida na paz pois ele é reconhecido como um dos líderes sociais mais comprometidos com este tema. Uma das suas acções com maior projecção foi a mediação em 1997 pela libertação de 70 soldados, capturados um ano antes pela guerrilha.
Primeiro como vigário apostólico de San Vicente del Caguán, zona de trabalho dos missionários da Consolata desde há mais de 50 anos e de forte presença de grupos armados ilegais. Posteriormente como arcebispo de Tunja sempre foi enfático no papel da missão no meio da guerra como uma oportunidade de contribuir ao crescimento das comunidades.
“Os tempos maus são como a enorme pressão a que é submetido o carvão, mas que logo se converte em diamante. Os tempos maus são como as altas temperaturas a que se submete o ferro, mas de aí­ sai transformado em aço”, são algumas das metáforas com as que costuma ensinar.
O novo titular da CEC desempenhou-se como vice-presidente da assembleia dos bispos durante o período de nove anos em que o cardeal Rubiano foi o presidente. Destacou-se como assí­duo promotor do processo de paz, como os falhados diálogos entre a guerrilha FaRC e o governo do então presidente andrés Pastrana (1998-2002).
ao assumir a presidência da máxima instância da igreja católica na Colômbia reiterou o seu apelo à guerrilha para que liberte a todos os sequestrados. “Que cada um ponha um bocadinho para sair deste congelador em que nos encontramos. O acordo humanitário está frio, frio, as pessoas estão a sofrer tremendamente”, manifestou Castro.
Na espera de uma resposta positiva por parte das FaRC para iniciar diálogos “cara a cara”, o prelado foi enfático: “oxalá que fazendo intercâmbio humanitário este não seja excludente, mas sim imediatamente aberto a todos os sequestrados”.
Com o humor que o caracteriza, incentiva a manter a esperança como quando narra o episódio de um director de uma escola, que entrou no salão dos mais pequenos e lhes perguntou: “Que querem ser quando forem grandes?”. Um miúdo levantou a mão e disse: ” Eu quero ser possível”. O director, achando a resposta estranha, perguntou á criança o que queria dizer e este respondeu: “Na minha casa o meu pai, a minha mãe e os meus irmãos dizem que sou impossível, e eu quero ser possível”.
a sua mensagem insiste na superação do conflito que afecta o país de um modo tão profundo. “às vezes parece que a paz é impossível, mas ao escutar tantas experiências e processos de superação de conflitos armados, podemos dizer, com o título de um livro de Vivenç Fisas: a paz é possível!”.