Não foi fácil chegar a consenso em todo o mundo, mas foram escolhidas as nomeadas. São de mais de 150 países e representam todos os aspectos da sociedade. Um tributo às mulheres.
Não foi fácil chegar a consenso em todo o mundo, mas foram escolhidas as nomeadas. São de mais de 150 países e representam todos os aspectos da sociedade. Um tributo às mulheres.
São muitos os factores que afectam a vida pública e privada das mulheres que, só na Colômbia, são 22 milhões. a decisão do júri nesta selecção realça o aprofundamento da marginalização e exploração devido à “luta pelos direitos, pela sua participação Política, pelas mudanças das culturas tradicionais para formas mais horizontais e equitativas no processo de distribuição de bens e responsabilidades”, assim como destacou o profundo conflito social e armado que estas mulheres puderam amenizar através da sua mobilização e organização.
Deu-se destaque aos processos de resistência civil, representados por mulheres do Madalena Médio, arauca, Chocó, Cauca, Bogotá, Barranquilla, Córdoba e do Urabá antioquenho, com diferentes tipos de organização: estratégias agro-alimentares, formas colectivas de alimentação para combater a fome e neutralizar o aumento da exclusão social; formas organizativas para fazer frente à violência Política regional e local em função de construir espaços colectivos a favor do diálogo e da paz; novas formas de fazer Política resgatando a autoridade feminina, dando relevo às mulheres nos cenários de poder e na toma de decisões. Enfim, o júri recuperou as experiências na construção de formas alternativas de cidadania e de consolidação da democracia.
Nora Franco, coordenadora do projecto 1000 Mulheres e um Prémio Novel da Paz 2005, para a américa Latina e o Caribe, assinalou que na região foram seleccionadas 98 mulheres.
O júri para Colômbia integrou importantes especialistas em direitos humanos e de género como Juanita Barreto, Myriam Batista, Carmen Inés Cruz, Marí­a Luísa Dí­az, Sayly Duque, Carmií±a Navia, Rocio Pineda, Dí­dima Rico, Pilar Rueda e Marcela Sánchez.
Quem deu início a esta postulação colectiva foi Ruth-Gaby Vermot-Mangold, membro do Conselho Europeu e do Conselho Nacional Suí­ço, sob a premissa de dar reconhecimento aos milhares de mulheres que nas suas localidades trabalham arduamente e permanentemente em favor da paz, muitas vezes permanecendo invisíveis aos olhos do mundo. O interesse é fortalecer as redes de paz e de mulheres obtendo o prémio de 1,3 milhões de dólares, os quais seriam administrados através de um fundo que se complementaria com recursos de cooperação internacional.
Este prémio tem sido entregue desde 1901 e só foi concedido a onze mulheres. Por isso esta iniciativa de postular 999 mulheres, mais uma de carácter simbólico, cujo papel vital em todos os campos da vida realça a promoção da paz em diferentes comunidades de todo o mundo.
as vidas e as estratégias de paz de todas as nomeadas serão difundidas através de um filme e um livro, tornando-se uma peça importante para investigações e organizações e cooperação.