Uma semana depois da tragédia que caiu sobre um pequeno povoado do Quénia, os mortos são já mais de 50 e muitos os incapacitados, especialmente vítimas de cegueira.
Uma semana depois da tragédia que caiu sobre um pequeno povoado do Quénia, os mortos são já mais de 50 e muitos os incapacitados, especialmente vítimas de cegueira. Na semana passada dei conhecimento aos leitores acerca da tragédia humana que se espalhou por uma pequena aldeia de Machakos no Quénia. Uma bebida tradicional adulterada causou a morte a alguns, a cegueira e várias outras incapacidade a outros e consternação a todos.
Passada uma semana enterram-se os mortos que já são mais de 50 e consolam-se os desamparados. Uma só mãe perdeu dois filhos e o terceiro está cego. Um pai imprudente deu a saborear a fatal bebida à sua criancinha e o resultado foi a morte do pai e perigo de vida para a criança que, graças a Deus, sobreviveu.
Volto a este drama porque ele tocou uma fibra viva na psique nacional. Fala-se do Quénia como um país de bêbedos. Diz-se que nesta terra ninguém olha à qualidade do que se ingere. Há uma espécie de fé cega que faz aceitar o risco sem pestanejar.
Bom seria que estas vítimas não tivessem morrido em vão, mas os desenvolvimentos não vão nessa direcção. Os políticos fazem Política com a desgraça. Um ministro oferece os caixões, um outro paga os transportes aos familiares, um terceiro oferece-se para cobrir despesas escolares. Enfim, todos querem um lugar nos noticiários.
Mas qual será o amanhã para estas famílias agora dizimadas e para outras que cedo ou tarde cairão vítimas do mesmo embuste?
Pode parecer um beco sem saída, mas não convém perder a esperança. aquela criança que se salvou não obstante a insensatez do pai é um raio de esperança para podermos trabalhar por um amanhã melhor. Não deixemos que a desgraça se apresente como senhora do futuro.