Bogotá é uma cidade preocupada com as condições de vida das crianças e adolescentes. Um ano depois da eleição do novo presidente da câmara olhamos ao seu programa social para a infância.
Bogotá é uma cidade preocupada com as condições de vida das crianças e adolescentes. Um ano depois da eleição do novo presidente da câmara olhamos ao seu programa social para a infância. Há um ano que a câmara municipal de Bogotá implementou a Política pela qualidade de vida de crianças e adolescentes. Procura assim reconhecimento social e político em três linhas de acção: protecção da vida, geração de espaços próprios para o desenvolvimento e condições para o exercício da cidadania.
Os menores de 18 anos representam um terço da população da cidade, num total de 2 milhões de pessoas.
O presidente da câmara, Luís Eduardo Garzón, convidou todos os sectores da sociedade a “construir uma cidade que não seja indiferente às crianças e adolescentes, solidária na superação do intolerável”. a solidariedade é o princípio fundamental para a construção e o fortalecimento de redes sociais e familiares indispensáveis para este objectivo.
Desde o 20 de Junho de 2004 que se reúnem esforços e recursos permitindo acções coordenadas para garantir às crianças e adolescentes uma vida digna e plena.com o lema”gosta de mim, gosta de mim hoje porque a infância só se vive uma vez”, a cidade lançou um apelo às famílias, instituições e ao sector privado para construir uma cultura favorável aos mais pequenos.
Lucho, como é popularmente conhecido o presidente da câmara, obteve 42,29 porcento dos votos para o segundo mais importante cargo público da Colômbia (depois da presidência), graças à sua proposta por uma “Bogotá moderna e humana”. O seu governo (2004-2008) está orientado por um plano de desenvolvimento que dedica uma atenção especial à problemática social num “compromisso contra a pobreza e a exclusão”.
O desafio não é fácil: em Bogotá há crianças e adolescentes que passam fome, a ponto de fazer perigar as suas vidas. Nos últimos cinco anos, 117 crianças com menos de cinco anos apresentaram desnutrição como principal causa de morte. além disso, de cada 100 crianças e adolescentes que morreram violentamente em 2002, 43 foram assassinadas, 27 foram vítimas de acidentes de trânsito, 17 em outros acidentes e 13 suicidaram-se.
Uma das maiores preocupações é que as crianças e adolescentes estejam em perigo nas suas próprias casas. De acordo com os números de 2001 do Observatório da Violência e Delinquência de Bogotá foram reportados 26. 427 casos de violência familiar, dos quais 18 porcento (4. 725) contra menores de idade. No mesmo ano a secretaria de saúde reportou 4. 480 casos. O problema assume uma tal magnitude que do total de menores falecidos por maltrato em 2001, mais de 60 porcento eram crianças com menos de 5 anos. Isto tendo em conta os casos conhecidos…
ainda mais intolerável que o maltrato fí­sico e psicológico é a violência sexual. Em Bogotá (2002) foram reportados 3. 746 casos de violência sexual, dos quais 92 porcento contra menores, especialmente crianças dos 5 aos 14 anos de idade. Mais de 80 porcento das agressões foram cometidas por familiares e/ou conhecidos. Há que ter em conta que 90 porcento dos casos não são denunciados.
O trabalho infantil é outro foco de atenção: uma em cada 10 crianças trabalha, muitas de elas não vão ou abandonam a escola.
Os chamados “intoleráveis” são aspectos que a sociedade não pode aceitar, como o sofrimento dos menores devido a causas evitáveis, a fome e desnutrição, os maus-tratos ou abusos sexuais, o trabalho quando deviam estar na escola, a solidão ou marginalidade por situação de incapacidade.
De acordo com a câmara de comércio de Bogotá, esta cidade “ocupa uma posição estratégica no continente americano e reúne grandes vantagens competitivas.como cidade-região, Bogotá, região de Cundinamarca, é a mais importante economia andina mais e a quinta de toda a américa Latina. Tem uma estrutura de serviços públicos de grande cobertura, com tarifas competitivas a nível internacional. Conta com serviços hospitalares de tecnologia avançada e as melhores condições de vida na Colômbia, assim como um custo de vida inferior ao das principais cidades da américa Latina”.
Nos últimos 10 anos a cidade teve um crescimento acelerado em infra-estruturas e desenvolvimento. No entanto, melhorar a qualidade de vida da infância e da adolescência continua na agenda pública como tema prioritário de atenção.