família e diálogo inter-religioso foram os temas principais do discurso de Bento XVI à Cúria Romana, na Sala Clementina do Vaticano, na apresentação dos votos de Natal

família e diálogo inter-religioso foram os temas principais do discurso de Bento XVI à Cúria Romana, na Sala Clementina do Vaticano, na apresentação dos votos de Natal

a família é forte e viva também hoje, disse o Papa, mas é incontestável, especialmente no mundo ocidental, a crise que a ameaça até nas suas próprias bases. Na opinião de Bento XVI, o que está em jogo é algo de muito sério: Se antes tínhamos visto como causa da crise da família um mal-entendido acerca da essência da liberdade humana, agora torna-se claro que aqui está em jogo a visão do próprio ser, do que significa realmente ser homem. Na visão que se tem da família está em causa a questão da capacidade que o homem tem de se vincular ou então da sua falta de vínculos, e com recusa do vínculo humano, que se vai generalizando cada vez mais desaparecem também as figuras fundamentais da existência humana: o pai, a mãe, o filho; caem dimensões essenciais da experiência de ser pessoa humana. Na luta pela família, está em jogo o próprio homem acrescenta o Papa. E torna-se evidente que, onde Deus é negado, dissolve-se também a dignidade do homem. Quem defende Deus, defende o homem. O Papa referiu que está em curso uma nova filosofia da sexualidade segundo a qual o sexo já não é um dado originário da natureza que o homem deve aceitar e preencher pessoalmente de significado. Bento XVI comentou que salta aos olhos a profunda falsidade desta teoria e da revolução antropológica que lhe está subjacente. O homem contesta o facto de possuir uma natureza pré-constituída pela sua corporeidade, que caracteriza o ser humano. Dentro do tema do diálogo entre as religiões, o Papa fez notar que na situação atual da humanidade, este é uma condição necessária para a paz no mundo, constituindo por isso mesmo um dever para os cristãos bem como para as outras crenças religiosas. Há questões e problemas concretos, onde é necessário fazer da responsabilidade comum pela justiça e a paz o critério basilar do diálogo, acrescentou Bento XVI.