Um estudo apresentado esta terça-feira revela que os imigrantes naturais dos países africanos de língua Oficial Portuguesa e do Brasil são os que mais se sentem discriminados em Portugal
Um estudo apresentado esta terça-feira revela que os imigrantes naturais dos países africanos de língua Oficial Portuguesa e do Brasil são os que mais se sentem discriminados em PortugalTrês em cada quatro imigrantes de países fora da União Europeia consideram ser alvo de discriminação em Portugal, apesar de se sentirem integrados a nível laboral, revela o estudo Diagnóstico da situação da população imigrante em Portugal: características, problemas e potencialidades, divulgado esta terça-feira, 18 de dezembro, em Lisboa. Segundo a agência Lusa, as comunidades em que o sentimento de existência de discriminação é mais generalizado são as oriundas dos Países africanos de Língua Oficial Portuguesa (PaLOP) e do Brasil, sendo muito menos acentuado nas comunidades do Leste e da Ásia. De acordo com os resultados do inquérito, efetuado no início de 2010, as comunidades da Guiné-Bissau e de Moçambique referem vivências de discriminação, acima da média geral, e os cidadãos brasileiros deparam-se com comportamentos discriminatórios de forma mais transversal e constante. Por outro lado, as comunidades asiáticas com maior presença em Portugal não apontam em grande escala ter sido vítimas de discriminação, por motivos raciais ou étnicos. O estudo indica que as comunidades moldava, ucraniana e russa estão algo protegidas de discriminação, mas salienta que os imigrantes da Europa de Leste são discriminados, principalmente em contexto laboral. Nos serviços públicos, são os cidadãos moldavos quem mais reconhecem ter sido discriminados, seguidos dos brasileiros e dos angolanos. O trabalho de investigação destaca também, com especial preocupação, que 14 por cento dos inquiridos indica já ter experimentado situações de discriminação nos estabelecimentos de ensino. O estudo, que inquiriu um total de 5. 669 pessoas, em 22 áreas do território nacional, foi coordenado pelo investigador Jorge Macaísta Malheiros da Universidade de Lisboa.