a pergunta parecendo um exercício de retórica, na verdade não o é. Resposta afirmativa para uns, mas negativa para a maioria das pessoas. Há só uma coisa sem a qual não podemos viver: a fé
a pergunta parecendo um exercício de retórica, na verdade não o é. Resposta afirmativa para uns, mas negativa para a maioria das pessoas. Há só uma coisa sem a qual não podemos viver: a fé

O ser humano, desde que nasce até que morre, não interrompe o seu movimento, independentemente de ter vontade própria ou não. acabados de nascer, velam por nós para que nada de mal nos aconteça, na maior parte dos casos como é evidente. assim começa o ciclo da vida que um dia todos e cada um de nós deixaremos de chamar nossa. Mas a verdade é que a Vida perpetua-se através de outros seres em tudo idênticos a nós. Portanto ela continua.

Lançados nesta vida que não pedimos, mas que alguém se encarregou de nos conceder, lutamos diariamente, quando atingimos a idade da razão, por coisas possíveis. Mas também por outras que parecem impossíveis e como tal apelidamos de sonhos. as pessoas ainda sonham em alcançar algo. É bom que tal aconteça, por que o sonho – não comanda a vida, como dizia o poeta – mas pode ser a última réstia de esperança para aqueles que não conseguiram obter o que pretendiam.

Mas o fato de ainda podermos ter sonhos – oh que maravilha! – não quer dizer que tenhamos de sonhar acordados. Mas quantas vezes o fazemos! Os exemplos são permanentes: quando pensamos que devia haver um Estado amigo e protetor dos cidadãos; quando exigimos que os políticos sejam sérios e trabalhem em prole da democracia e do bem-estar das pessoas; quando queremos justiça e boas condições de saúde para todos; quando, quando, quando… Quem disse que não temos direito a tudo isso? Claro que devemos ter! Mas é uma utopia da que muitas vezes nos alheamos, deixando que sejam os outros a fazer o que entendem. Mesmo que não seja justo.

Foi um preâmbulo – possivelmente bastante longo – para explanar que tanto é possível viver com dinheiro, como sem ele. Mas a realidade é mesmo esta. Outrora os antigos trocavam espécies e mercadorias; hoje vende-se ou compra-se, mas com moeda de troca, o mesmo é dizer: dinheiro, ou mais especificamente, euros. O vil metal é necessário para quase tudo, até para comprar os sentimentos que deviam ser sagrados para o ser humano. Há quem diga que o dinheiro compra tudo. Nada de mais errado! O dinheiro só compra as pessoas que não têm fé, por que as que a têm preocupam-se primeiro com o espiritual, não deixando de lado a realidade material.

Temos o Natal à porta. É nesta ocasião que podemos apreciar o proceder das pessoas, as que têm fé e aquelas para as quais ela é indiferente, mesmo que ainda acreditem em alguma coisa, no pai natal, por exemplo. a degradante situação económica a que o nosso país chegou trouxe ainda mais pobres, os que carecem de alimento, roupas e aconchego; e os outros, os pobres de espírito, que passam indiferentes ao sofrimento de tanta gente. Para os mais necessitados, os cristãos estão atentos todo o ano, embora agora tenham o acompanhamento de muitas pessoas de boa vontade que também abrem o seu coração. Quem dera que o dinheiro (que uns têm e outros não) não fosse impeditivo da celebração do nascimento do Deus Menino no coração de todos os homens e mulheres de boa vontade!