O advento é um tempo que passa rápido. Se o cristão não estiver atento corre o risco de não se aperceber do tempo que passa. Esta é já a terceira semana deste convite divino a acolher o Deus que vem
O advento é um tempo que passa rápido. Se o cristão não estiver atento corre o risco de não se aperceber do tempo que passa. Esta é já a terceira semana deste convite divino a acolher o Deus que vemPerante este desejo de Deus de vir habitar na casa de cada pessoa surge natural a pergunta: Que devemos fazer? assim é o evangelho deste domingo. Por bem três vezes, os vários grupos perguntam a João: Que devemos fazer? Isto é, como é que podemos responder à tua mensagem? Que devemos fazer? João responde sem grandes hesitações. Das respostas pode-se entender que é necessária uma mudança radical de vida: deixar de lado velhos hábitos para acolher a novidade de Deus. Em destaque está o deixar o egoísmo, esse desejo de vivermos concentrados no nosso próprio eu. O mundo de hoje, infelizmente, é um exemplo claro desse estilo de vida egoísta. Convivem lado a lado pessoas que têm demasiado e aqueles que nada têm. a partilha parece estar longe do vocabulário de muita gente. Felizmente também existem muitas iniciativas que demonstram que o espírito de partilha está dentro das pessoas; basta pensar nas várias campanhas que se lançam neste tempo, mas muitas vezes essa é uma ajuda temporária e superficial. O convite de Deus é mais profundo, exige uma mudança maior. O cristão não pode ficar concentrado unicamente em si, mas precisa de abrir-se à partilha com todos, de modo especial com os mais necessitados. Tal como não pode ficar indiferente perante as gritantes desigualdades que têm crescido à nossa volta. Tempo de Esperança O tempo de advento é tempo de esperança. É esperar que um novo mundo seja possível, um mundo onde a vida seja mais vida, onde as pessoas sejam mais pessoas, onde a humanidade seja mais humanidade. Para chegar lá é preciso que todos se perguntem: o que devemos fazer? Hoje vive-se uma situação difícil. Para muitos é um tempo de dificuldades, com muitas perguntas e poucas respostas. Há quem aponte o dedo acusador aos outros, sem talvez se perguntar o que é que ele próprio pode fazer. Na verdade, a mudança só acontece quando se coloca perante este desafio de saber o que é preciso mudar. João Batista apenas apontou o caminho. Ele mesmo afirma não ser o Messias, mas unicamente aquele que aponta o caminho. E as pessoas, escutando a sua mensagem, sentem já o desejo de mudar. Não sabem bem como fazer, mas têm dentro de si uma vontade de mudança. É o início da conversão, palavra tão cara a este tempo litúrgico. Ficou famosa a expressão do presidente J. F. Kennedy aos americanos para não perguntarem o que é que o governo poderia fazer por eles, mas o que cada um poderia fazer pelo seu país. Não é só uma questão de pormenor, é a consciência de que as mudanças têm que começar por cada um de nós. E isto aplica-se perfeitamente à situação que se está vivendo. Boa continuação de advento!