O arcebispo da igreja católica em Harare condena a estratégia governamental de demolir milhares de casas e pequenos negócios. Governo alega estar a lutar contra o desenvolvimento de actividades ilegais.
O arcebispo da igreja católica em Harare condena a estratégia governamental de demolir milhares de casas e pequenos negócios. Governo alega estar a lutar contra o desenvolvimento de actividades ilegais. Em declarações dadas à cadeia de rádio britânica BBC, o arcebispo Robert Ndlovu descreveu a situação como “inumana”.
O governo do presidente Robert Mugabe afirma que as casas e mercados que estão a ser demolidos na capital são ilegais. Mas a oposição acusa as autoridades de punir os mais pobres das zonas urbanas que votaram contra o partido Zanu-PF, em governo desde as eleições no princípio deste ano.
Segundo as Nações Unidas (ONU), uns 200 mil zimbabueanos ficaram desalojados durante as operações de “limpeza” levada a cabo pela polícia. as demolições fazem parte de uma operação contra actividades ilegais no país. Mais de 30 mil pessoas foram detidas.
O arcebispo Ndlovu disse à BBC que a oposição e o governo estão a sofrer com as demolições. ” a maneira como toda a operação está a ser adiantada é inumana”, acrescentou. “O Zimbabué está em pleno Inverno, e as demolições neste momento parecem completamente inadequadas. as pessoas estão agora a dormir nas ruas, muitas crianças pequenas vivem nestas condições”.
Quando toda a operação começou no mês de Maio, a polícia prometeu que aos desalojados seriam dadas acomodações alternativas. Mas um membro do parlamento, do partido da oposição Movimento para a Democracia, disse que os desalojados não têm para onde ir.
a ONU exigiu que o presidente ponha fim à operação de demolições, que descreve como uma nova forma de “apartheid”.
Zanu-PF teve dois terços dos votos nas eleições gerais de Março. a oposição alega a existência de irregularidades.