Durante quase uma década, os diamantes contribuí­ram para alimentar a guerra civil na Serra Leoa. Ultrapassada esta fase, as minas estão a promover o desenvolvimento económico do país, mas também a afastar milhares de jovens da escola
Durante quase uma década, os diamantes contribuí­ram para alimentar a guerra civil na Serra Leoa. Ultrapassada esta fase, as minas estão a promover o desenvolvimento económico do país, mas também a afastar milhares de jovens da escola a região de Kono, na Serra Leoa, é a mais afetada. Milhares de jovens estão a abandonar a escola para se dedicarem à exploração de pedras preciosas, nas minas que se encontram nos arredores da cidade de Koidu. Muitos encontram nesta atividade uma forma de sobreviver ou de ajudar a manter a família. Se encontrarem diamantes, podem receber nove euros por dia. Segundo dados do Fundo Monetário Internacional (FMI), a exportação de ouro, diamantes e minérios de ferro contribuíram em 21,3 por cento para o crescimento da economia do país. Mas são poucos os que beneficiam deste desenvolvimento. Cerca de 70 por cento dos jovens estão desempregados e entregam-se à mineração na esperança de alcançarem algum rendimento. Só em Kenema e em Koidu, estima-se que existam perto de três mil pequenos mineradores. Os jovens trabalham nas minas, nos poços abertos ou à beira dos rios, permanecendo desde pequenos marginalizados e excluídos da instrução escolar. No decorrer da guerra civil (1991 a 2002), foram obrigados a alistar-se nas forças militares, alguns perderam a família e outros encontraram suas casas completamente destruídas, não tendo outras possibilidades para sobreviver a não ser trabalhando nas minas.