Joana e andré aguardam ao lado das mochilas. Pouco a pouco os pequenitos de seis e sete anos preenchem de alegria a praça que devagarinho é inundada pelo sol matinal
Joana e andré aguardam ao lado das mochilas. Pouco a pouco os pequenitos de seis e sete anos preenchem de alegria a praça que devagarinho é inundada pelo sol matinalÉ a primeira vez que fazem acampamento com o seu recém-formado grupo de lobitos. Querem que eles experimentem o valor da participação. a carrinha chegou. Beijos dados à pressa aos pais e acenos enérgicos dizem que estão prontos para serem grandes. a viagem é uma festa de música e riso. Há 10 anos que Joana e andré trocam o seu cansaço pela ternura dos esforços daquelas crianças que descobrem outras facetas da vida e generosamente se tornam defensores do respeito pela natureza, por si, pelo outro e pelo mundo inteiro. a carrinha parou e os lobitos saltaram, ansiosos, por ordem de saída: – Lobitos, chegámos. a floresta espera-nos. Ela cuida de nós e nós vamos cuidar dela. Vamos lá à descoberta!Num piscar de olhos a clareira transformou-se num campo de alegria e de cores vivas em movimento saltitante. Os líquenes, as folhas caídas, o tapete de musgos, a canção do vento, os passarinhos, as gotículas de orvalho, tudo foi olhado, escutado, apreciado pelas mãozinhas delicadas e pelos olhinhos curiosos, descobrindo as belezas de uma vida escondida nos seus pormenores. as surpresas sucediam-se e o grupo orientava-se num vaivém, atrás das explicações de andré e Joana e do venham ver isto!, olha o que descobri!, uauh!. . a noite chegou e com ela o fogo de conselho. Era um dos momentos nobres do dia. Sentados à volta da fogueira, formavam uma roda de braços entrelaçados. Joana iniciou:- Lobitos, que nos dá este fogo?- Fica quentinho. Ilumina. Dá alegria. Fica lindo. Parece festa! Dá vontade de ficar sempre aqui!E o fogo dança, parece que está feliz connosco! Um após outro, intercalados pelo refrão obrigado, irmão, todos quiseram realçar as sensações novas que o fogo e o momento lhes oferecia. – E quem trouxe os pauzinhos para fazermos a fogueira? – continuou Joana- Nós!- Nós, quem? – Eu! Eu! Eu!- ah, então, todos participámos, todos fizemos este fogo forte! Participar faz-nos bem?- Faz, responderam em coro, percebendo orgulhosos, o valor da sua colaboração. – Vamos agradecer com um abraço a participação para este fogo?Os abraços sucederam-se calorosos enquanto andré tocava na sua viola uma canção à amizade. – E se as árvores não nos dessem os seus raminhos?- Era triste. Não tínhamos fogo!- Então vamos cantar a agradecer à floresta e às nossas árvores a participação neste dia lindo e no nosso fogo?Debaixo do céu estrelado e à volta da fogueira, os lobitos cantaram um sentido hino às árvores que os abraçavam com as folhas de prata banhadas pelo luar. Engasgados pelo brilho de felicidade da alcateia, Joana e andré agradeciam a grandiosidade de participar na energia criadora da vida em fraternidade, que ali partilharam e educaram.