Com aproximadamente 25 milhões de católicos, na véspera do Concílio Vaticano II, a Igreja Católica em África vivia um período de crescimento e africanização
Com aproximadamente 25 milhões de católicos, na véspera do Concílio Vaticano II, a Igreja Católica em África vivia um período de crescimento e africanização O Concílio Vaticano II decorreu num período de importantes transformações sócio-políticas em África. De facto, na véspera do Concílio foram dados os passos decisivos para o desmantelamento do colonialismo e a consequente emancipação política de grande parte dos estados. a descolonização desencadeou uma renovação na vida eclesial. Para atenuar a sua conotação ocidental e responder às exigências de enraizamento e de autenticidade, a Igreja Católica esforçou-se por reformar as suas estruturas, renovar os seus métodos pastorais e ainda rever a sua atitude em relação ao mundo cultural e religioso africano. Crescimento e exigência de africanização da Igreja Do ponto de vista pastoral o período conciliar foi também decisivo para a Igreja em África. O crescimento da Igreja Católica não só acompanhou as transformações sócio-políticas, como também contribuiu a seu modo para as preparar e promover.com a instituição de uma hierarquia eclesiástica e a nomeação de bispos africanos, o processo de localização da Igreja deu um salto importante e decisivo. a Santa Sé favorecia o movimento de independência dos povos africanos. Também no campo da reflexão teológico-pastoral se deram passos significativos no sentido de uma maior incarnação do cristianismo. Em alternativa à teologia ocidental surge a chamada teologia africana que reivindicava o direito dos cristãos pensarem e exprimirem o cristianismo em termos africanos. a Igreja respondia assim às críticas de setores da intelectualidade, que previam o desaparecimento do cristianismo com o fim do colonialismo. a nomeação de bispos africanos O despertar da consciência para a necessidade de um cristianismo africano afirmou-se ainda mais quando a Santa Sé institui um episcopado africano. Nas vésperas do Concílio, a maior parte dos territórios de Missão em África estavam confiados à cura pastoral dos institutos missionários e os bispos eram na sua maioria missionários europeus. Porém, o desenvolvimento da vida eclesial e a aspiração a uma maior responsabilidade levou a Santa Sé a impulsionar a passagem do poder ao clero local. a Igreja, reivindicava assim para os africanos o direito a dirigirem os seus próprios interesses, e deu o exemplo, procedendo à progressiva nomeação de bispos africanos. assim, nos anos cinquenta, assistimos à passagem de responsabilidade dos bispos missionários para o clero local. Em vésperas do Concílio e em concomitância com a descolonização, assistimos ao acelerar do processo de indigenização da Igreja pelo Papa João XXIII, sempre muito sensível às aspirações deste grande continente.com a nomeação de bispos africanos para as principais sedes episcopais, reforçava-se a presença africana no Concílio e ao mesmo tempo demonstrava-se às autoridades africanas que a Igreja tinha atingido a sua maturidade no continente.