Estado social é um «ganho» para todas as sociedades mas tem «inegáveis abalos» que se devem ao «enfraquecimento da base económica e financeira que o sustentou», disse esta sexta-feira, Manuel Clemente, bispo do Porto, durante a abertura da Semana Social
Estado social é um «ganho» para todas as sociedades mas tem «inegáveis abalos» que se devem ao «enfraquecimento da base económica e financeira que o sustentou», disse esta sexta-feira, Manuel Clemente, bispo do Porto, durante a abertura da Semana SocialO Estado social só se garantirá no futuro se as sociedades forem muito mais solidárias, referiu esta sexta-feira, 23 de novembro, Manuel Clemente, bispo do Porto. Durante a sua intervenção, que abriu a Semana Social na cidade invicta, o prelado disse que antes do Estado social está a sociedade solidária. O também vice-presidente da Conferência Episcopal Portuguesa sublinhou que o Estado social representa um ganho indispensável para qualquer sociedade justa, mas sofre de inegáveis abalos causados pelo enfraquecimento da base económica e financeira que o sustentou. Na opinião do prelado, para o garantir e desenvolver, no atual contexto interno e externo, é necessário reforçar a sua base humana. O prelado concluiu a sua exposição deixando um alerta. Nada disto se consegue sem ativação política, que não desista do debate e da inclusão de todas as pessoas e corpos sociais e culturais que, em conjunto, procuram e acrescentam o bem comum, de todos para todos. Jorge Ortiga, arcebispo de Braga, sublinhou, na sua intervenção, o dever que cada pessoa tem na construção de uma sociedade solidária. Se não chegarmos à verdadeira responsabilidade do Estado e não contribuirmos efetivamente para uma sociedade solidária, só chegaremos a considerações a armazenar nas atas, destacou o também presidente da Comissão Episcopal da Pastoral e Mobilidade Humana. O prelado considera que o povo português merece e precisa de mais. Para Jorge Ortiga, sentimentos como a desilusão e o desencanto enchem a vida das pessoas. Os dramas são mais que muitos e as soluções não as podemos colocar no acumular de impostos e restrições salariais, destacou.