Dirigindo-se este sábado, dia 17, aos profissionais da saúde recebidos em audiência, Bento XVI enalteceu o seu serviço junto dos doentes, considerando-o uma vocação singular que necessita de estudo, de sensibilidade e de experiência
Dirigindo-se este sábado, dia 17, aos profissionais da saúde recebidos em audiência, Bento XVI enalteceu o seu serviço junto dos doentes, considerando-o uma vocação singular que necessita de estudo, de sensibilidade e de experiência a quem escolhe trabalhar no mundo do sofrimento e aí desempenha a sua missão como uma missão humana e espiritual é pedida uma competência a mais, que vai além dos títulos académicos, declarou o Papa. Trata-se da ciência cristã do sofrimento, enunciada explicitamente pelo Concílio como a única verdade capaz de responder ao mistério do sofrimento. Citando o mesmo Concílio, Bento XVI recordou aos agentes de saúde: Não está em vosso poder dar (aos doentes) a saúde corporal, nem a diminuição de suas dores físicas… Temos, porém, alguma coisa mais preciosa e mais profunda para lhes dar… E acrescentou: Cristo não suprimiu o sofrimento, nem mesmo quis revelar-nos totalmente o seu mistério. Tomou-o sobre si, e isso basta para compreendermos todo o seu valor.
Recordando figuras exemplares, recentemente beatificadas pela Igreja, que viveram de modo singular esta mesma vocação, Bento XVI enalteceu a missão destes agentes da saúde, chamando-a uma verdadeira vocação: desta ciência cristã do sofrimento’ sois peritos qualificados. O vosso ser católicos, sem receio, dá-vos uma maior responsabilidade no âmbito da sociedade e da Igreja.
Relacionando depois esta missão com a crise que a sociedade está a viver, o Papa alertou para o perigo de subtrair recursos à tutela da saúde, afirmando que ela é um bem ao serviço de todos: hospitais e estruturas de assistência sanitária devem repensar o seu modelo para evitar que a saúde, em vez de ser um bem universal a defender, se torne mercadoria’ sujeita às leis do mercado, e por isso um bem reservado a poucos.
Concluindo, o Papa disse que nossa sociedade precisa de bons samaritanos, de corações generosos e de braços abertos a todos. E dirigindo-se aos doentes presentes, citando novamente o Concílio, acrescentou: O vosso testemunho silencioso é um sinal eficaz e instrumento de evangelização para as pessoas que vos curam e para as vossas famílias Vós sois os irmãos de Cristo sofredor, e com ele, se o quiserdes, vós salvais o mundo.
Esta audiência integrou-se na 27a Conferência Internacional , convocada pelo Pontifício Conselho para a Saúde, com o tema O hospital, lugar de evangelização: missão humana e espiritual. Nela participaram 600 agentes de saúde de mais de 60 países.