«Nos últimos tempos, surgirá Miguel, o grande chefe dos anjos, aquele que presta auxí­lio ao povo do Senhor», diz-nos a primeira leitura de domingo
«Nos últimos tempos, surgirá Miguel, o grande chefe dos anjos, aquele que presta auxí­lio ao povo do Senhor», diz-nos a primeira leitura de domingo Todos gostamos de saber quando as coisas acontecem, a que horas é o autocarro, o almoço ou o avião: conhecer os tempos é muito importante. O tempo é um dom de Deus, e faz parte da eternidade. É durante o tempo que se constrói a família humana e a vida de cada membro da humanidade. Há um tempo para nascer e um tempo para morrer, um tempo para chorar e um tempo para rir Duas realidades caraterizam a sociedade do nosso tempo: o brilho fulgurante da Luz de Deus sempre a trabalhar em inúmeros seres humanos, e as fatalidades causadas por egoísmos enganadores. E assim, várias vezes durante a história do último século, muita gente pensou que estava a chegar o tempo do fim do mundo: durante a 1a e a 2a Guerra Mundial, o avanço drástico do comunismo ateu e assassino, revoluções em muitos lugares. atualmente, o tempo leva-nos a sorrir, mas também a chorar por causa das dificuldades em que vivemos. a própria natureza parece reagir negativamente à maneira como os seres humanos a tratam. animais perdem a sua orientação natural, como as baleias e muitos outros. Nos arsenais da morte há imensos engenhos que em poucos momentos podiam dar cabo da maior parte da humanidade. Nações inteiras agonizam nos estertores de dívidas avassaladoras. a justiça segue o seu caminho, nem sempre muito acertado. Os pobres são cada vez mais pobres. Certas zonas políticas parecem não ter devoção à verdade nem ao bem do povo. E a mentira permeia por vezes irresponsavelmente a informação que recebemos. Às vezes dá vontade de ver no que se está a passar a realização final de profecias apocalípticas de que nos parece falar o Evangelho de hoje. Mas Cristo veio ao mundo para inaugurar o Reino de Deus que, mesmo no meio das dificuldades, nunca deixa de crescer. E cresce nos lugares mais belos que na terra se podem imaginar: no interior de cada pessoa em cujo coração nasce, medra e trabalha o amor. Segundo a palavra do Senhor Jesus no Evangelho de hoje, já os ramos da figueira se tornam tenros, e brotam as folhas: aí vem ele, o tempo dos frutos. O cristão não pode ver só o que não presta, deve descobrir o calor debaixo das cinzas; deve viver o seu tempo com intensidade e serenidade, porque o vive com Cristo e com todos os irmãos e irmãs. Por isso o cristão não espera uma catástrofe cósmica, mas a plenitude do Reino de Deus, já aqui na terra e depois no Céu.