Jerusalém já está no horizonte de Jesus. a sua hora está cada vez mais próxima. Jesus deseja preparar os discípulos para este «novo tempo» em que já não estará fisicamente com eles. avizinham-se tempos difíceis e os discípulos devem saber em quem confiar
Jerusalém já está no horizonte de Jesus. a sua hora está cada vez mais próxima. Jesus deseja preparar os discípulos para este «novo tempo» em que já não estará fisicamente com eles. avizinham-se tempos difíceis e os discípulos devem saber em quem confiarO Evangelho deste domingo não é fácil de entender; a sua linguagem parece incompreensível. Os estudiosos chamam a esta linguagem apocalíptica, pelo facto de usar imagens, comparações para falar de uma realidade desconhecida. Para os leitores daquela época era uma linguagem bem conhecida, que não tinham grandes dificuldades em decifrar; hoje a realidade é bem diferente. assim, é necessário descodificar a mensagem. Este texto faz parte do chamado discurso escatológico. a palavra escatologia chega até nós do grego com o significado de coisas do fim. Por outras palavras, é um discurso que fala sobre o fim dos tempos. Este discurso no Evangelho de Marcos está dividido em três partes. Na primeira parte é apresentada uma série de situações que irão marcar os tempos: situações a que os discípulos precisarão de responder com o estar atentos, com a vigilância (Mc 13,5-23). Já a segunda parte apresenta a vinda definitiva do Filho do Homem, com a consumação do antigo mundo e o início do novo mundo (Mc 13,24-27). Finalmente a terceira parte diz-nos que estes acontecimentos não têm data marcada, pelo que os discípulos deverão adotar uma atitude de vigilância constante, para estar sempre prontos a acolher a vinda do Senhor (Mc 13,28-37). O Evangelho deste domingo insere-se no contexto da segunda parte, ou seja, o tema é a vinda do Filho do Homem e o novo mundo que com ele vai ter início. Esperança sempre Jesus está para deixar os seus e sabe que a missão que os espera não é fácil: ficarão sujeitos a perseguições, dificuldades várias, mas os discípulos deverão permanecer fieis, pois só deste modo poderão ultrapassar todas as dificuldades. No fundo, é um convite a não desesperar no meio das adversidades que deverão enfrentar. É uma mensagem que se torna bem atual no momento que estamos a viver. ao escutar as notícias, as várias catástrofes, a situação económica do país, é fácil cair na tentação do desespero. Mas o discípulo é aquele que sabe que construiu a sua casa sobre a rocha e por isso nem o vento, nem a chuva poderão abater essa casa. Neste tempo tão adverso, é importante ter bem presente esta mensagem de esperança, de um Deus que não se esquece, que não abandona, mas que acompanha sempre e que convida a olhar sempre em frente, porque Ele é o Senhor dos tempos. Deus continua a obra começada, e o seu reino é já uma realidade, ainda que seja uma realidade germinante, que ainda não se vê muito bem; por isso, resta-nos a certeza de que Deus está operando para transformar este velho mundo, no novo mundo. Neste contexto, os discípulos de hoje são chamados a serem sementes de Esperança; num mundo onde o desespero se apoderou de tantos, é necessário abri-los à esperança de que o novo reino está já em marcha.