Bento XVI, recebendo em audiência nesta sexta-feira, 9 de novembro, os participantes na assembleia Geral da Interpol, elogiou esta força policial e encorajou «todos os que se empenham em combater a praga da violência e do crime»
Bento XVI, recebendo em audiência nesta sexta-feira, 9 de novembro, os participantes na assembleia Geral da Interpol, elogiou esta força policial e encorajou «todos os que se empenham em combater a praga da violência e do crime»No encontro que decorreu em Roma e reuniu vários representantes das forças policiais e dos serviços de segurança dos 190 Estados membros, para incrementar a cooperação internacional na luta contra as várias formas de criminalidade, o Papa declarou que a necessária ação repressiva deve ser acompanhada de uma corajosa e lúcida análise das motivações subjacentes. analisando as várias violações do direito e da legalidade e tantos episódios de violência e de criminalidade existentes na sociedade, Bento XVI disse que é necessário contrastar com a defesa dos direitos humanos e tutelar as pessoas e as comunidades, com constante e renovada determinação e através de meios adequados. É aqui que entra a função da Interpol, que definiu como um baluarte da segurança internacional. Na sua intervenção, o Papa denunciou o terrorismo como uma das formas mais brutais da violência, que semeia o ódio, a morte, o desejo de vingança. É um fenómeno, aliás, que por vezes se transformou numa obscura rede de cumplicidades políticas, utilizando meios técnicos sofisticados, consideráveis recursos financeiros e projetos em vasta escala, sublinhou.
Bento XVI condenou abertamente todos os negócios ligados às inúmeras atividades ilícitas e imorais da criminalidade organizada como o tráfico de pessoas (forma moderna de escravatura), os tráficos de bens ou de substâncias (droga, armas, mercadorias falsificadas), chegando mesmo à contrafação de medicamentos, utilizados em grande parte pelos pobres, que matam em vez de curar. Definiu este comércio ilícito execrável quando diz respeito aos órgãos humanos de vítimas inocentes, (que) sofrem dramas e ultrajes que julgávamos superados para sempre, depois das tragédias do século XX. São crimes que quebram as barreiras morais progressivamente montadas pela civilização e propõem uma nova forma de barbárie que nega o homem e a sua dignidade.
Para combater esta violência não bastam as forças policiais. Tal combate toca à sociedade no seu conjunto: famílias, centros educativos (escolas, entidades religiosas), meios de comunicação, todos os cidadãos. Cada um tem a sua quota-parte de responsabilidade para um futuro de justiça e de paz, reforçou Bento XVI.